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EUA: acusado de viés, juiz do Supremo seguirá em casos sobre insurreição

Polêmica envolvendo 'bandeiras trumpistas' hasteadas nas casas de Samuel Alito foi revelada pelo NYT e gerou crise com o Congresso

Por Amanda Péchy
29 Maio 2024, 16h49
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  • WASHINGTON, DC - APRIL 23: Associate Justice Samuel Alito sits during a group photo of the Justices at the Supreme Court in Washington, DC on April 23, 2021. (Photo by Erin Schaff-Pool/Getty Images)
    O juiz da Suprema Corte americana, Samuel Alito, foi acusado pelo Congresso dos EUA de ser enviesado demais para julgar de forma imparcial dois casos ligados à invasão do Capitólio por trumpistas em 6 de janeiro de 2021. 23/04/2021 (Erin Schaff-Pool/Getty Images)

    Acusado de viés, o juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos Samuel Alito disse nesta quarta-feira, 29, que seguirá julgando dois casos decorrentes do ataque ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021. A decisão ocorre após o jornal americano The New York Times denunciar que, em pelo menos três ocasiões diferentes, bandeiras que pareciam apoiar o movimento trumpista – que alegava uma fraude generalizada nas eleições de 2020 – foram hasteadas em suas casas.

    Em uma das ocasiões, uma bandeira dos Estados Unidos invertida foi hasteada em sua casa pessoal, na Virgínia, em janeiro de 2021 (logo após a invasão ao Capitólio). O símbolo foi conectado com apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump, que o utilizaram para demonstrar revolta com a vitória supostamente ilegítima de Joe Biden na última corrida pela Casa Branca.

    WASHINGTON, DC - MAY 23: An
    NYT revelou que juiz da Suprema Corte dos EUA Samuel Alito hasteou bandeiras associadas ao movimento trumpista que denunciava suposta fraude generalizada no pleito que elegeu Joe Biden à presidência. 23/05/2024 – (Michael A. McCoy/AFP)

    Em outros dois momentos, em julho e setembro do ano passado, uma outra bandeira controversa foi hasteada na sua casa de férias em Nova Jersey. Desta vez, era uma bandeira que data da Guerra de Independência dos Estados Unidos e mostra um pinheiro com o lema “Um Apelo ao Céu”. A árvore é um símbolo tradicional da Nova Inglaterra, enquanto a frase aparece em um livro do filósofo John Locke, onde é usada para descrever o “direito à revolução”.

    Há diferentes interpretações sobre o seu significado. Alguns a identificam com um movimento “patriota”, que coloca em um pedestal os Pais Fundadores dos Estados Unidos. Outros a conectam a uma visão de mundo nacionalista cristã, que procura inserir a religião na vida pública. De qualquer modo, a bandeira foi carregada por diversos invasores no Capitólio em 6 de janeiro.

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    “Foi minha esposa”

    Em cartas aos membros do Congresso que exigiram sua exclusão dos casos ligados à invasão, o juiz Alito disse que as bandeiras, tanto na casa da Virgínia quanto em Nova Jersey, foram hasteadas por sua esposa, Martha-Ann.

    “Minha esposa gosta de hastear bandeiras”, escreveu o juiz. “Eu não. Ela foi a única responsável pela colocação dos mastros em nossa residência e em nossa casa de férias e hasteou uma grande variedade de bandeiras ao longo dos anos.”

    Ele repetiu e elaborou sua explicação para uma bandeira americana invertida hasteada em sua casa na Virgínia em janeiro de 2021.

    “Não tive nada a ver com o hasteamento da bandeira”, escreveu. “Eu nem percebi que a bandeira estava invertida até que isso chamou a minha atenção. Assim que vi, pedi à minha esposa que a retirasse, mas durante vários dias ela recusou.”

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    Ele disse ainda, com muito juridiquês, que não tinha poder para remover a bandeira porque a esposa também é proprietária de sua casa.

    “Minha esposa e eu somos proprietários conjuntos de nossa casa na Virgínia”, escreveu o juiz. “Ela, portanto, tem o direito legal de usar a propriedade como achar melhor, e não houve medidas adicionais que eu pudesse ter tomado para que a bandeira fosse retirada mais rapidamente.”

    O juiz Alito acrescentou que a bandeira com o lema “Apelo ao Céu”, em Nova Jersey, não transmitia o significado que críticos lhe atribuíam.

    “Eu não tinha conhecimento de qualquer ligação entre aquela bandeira histórica e o ‘Movimento Stop the Steal’ (“Interrompam o roubo das eleições”), nem a minha esposa”, escreveu ele. “Ela não a hasteou para se associar a esse ou a qualquer outro grupo, e o uso de uma bandeira histórica antiga por um novo grupo não drena todos os outros significados dessa bandeira.”

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    Ele acrescentou: “Minha esposa é uma cidadã de mentalidade independente. Ela toma suas próprias decisões e eu honro seu direito de fazê-lo.”

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