Uma ação judicial movida no início desta semana por um grupo de estudantes da Universidade de Harvard acusa a mais prestigiosa instituição de ensino dos Estados Unidos de se tornar “um bastião de ódio e assédio antijudaicos desenfreados”, por supostamente tolerar assédio, agressão e intimidação contra os judeus que frequentam o campus.
O processo foi capitaneado por alguns integrantes do Students Against Antisemitism, que argumentam que Harvard violou os direitos civis dos alunos pertencentes à comunidade judaica, principalmente depois do ataque do grupo terrorista Hamas, no dia 7 de outubro, contra as comunidades do sul de Israel.
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“Multidões de estudantes e professores pró-Hamas marcharam às centenas pelo campus, gritando vis slogans antissemitas e pedindo a morte de judeus e de Israel”, relatam os estudantes no processo. “Essas multidões ocuparam edifícios, salas de aula, bibliotecas, salas de estudantes, praças e salas de estudo, muitas vezes durante dias ou semanas seguidas, promovendo a violência contra os judeus.”
O que se sabe até agora
O documento não traz mais detalhes sobre a data e em que essas “multidões” teriam se manifestado, mas o campus têm sido tomado por uma série de protestos pró-Palestina após o começo dos embates no Oriente Médio.
O sócio do escritório de advocacia responsável pela ação, Marc Kasowitz, afirmou por meio de um comunicado que o litígio era necessário porque Harvard não iria “corrigir voluntariamente seu profundo problema de antissemitismo”.
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A universidade se recusou a comentar o caso, por uma política da instituição de não comentar processos em aberto. O que se sabe até agora é que mais de dez estudantes enfrentam acusações disciplinares internas por violações das regras de protesto, em conexão com os atos anti-Israel.
Guerra de narrativas nos campi
Desde o início dos embates entre a facção palestina Hamas e o governo israelense na Faixa de Gaza, uma série de protestos passaram a fazer parte do dia a dia dos ambientes acadêmicos nos Estados Unidos, incluindo ações judiciais contra o Instituto de Arte de Chicago, a Universidade de Nova York e a Universidade da Pensilvânia.
O Departamento de Educação americano alerta com frequência as faculdades de suas obrigações com o combate ao antissemitismo e à islamofobia, sob risco de perderem incentivos federais.