Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente nesta terça-feira, 28, um Estado palestino independente. Os três países afirmaram que esperam que a decisão estimule outros países da União Europeia a seguirem o exemplo. Eles também acrescentaram que desejam acelerar a implementação de um novo cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas na Faixa de Gaza, onde mais de 35 mil pessoas foram mortas desde o início da guerra, em 7 de outubro.
“É a única maneira de avançar em direção ao que todos reconhecem como a única solução possível para alcançar um futuro pacífico, um futuro de um Estado palestino que viva lado a lado com o Estado israelense em paz e segurança”, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em comunicado.
Segundo o líder da Espanha, o território unificado tem Jerusalém Oriental como capital e engloba Faixa de Gaza e Cisjordânia, sob governo da Autoridade Palestina (AP). Ele explicou que seu país não acataria mudanças nas fronteiras anteriores a 1967, a menos que palestinos e israelenses entrassem em acordo. A AP comemorou a decisão.
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Revolta de Israel
Com a validação do trio europeu, 146 dos 193 países-membros das Nações Unidas agora reconhecem um Estado palestino. No anúncio da medida, realizado na última quarta-feira, Sánchez criticou fortemente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ressaltou a importância de uma solução de dois Estados em busca da paz na região.
“Pedimos um cessar-fogo, mas não é suficiente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina”, disse. “O que está claro é que Netanyahu não tem um projeto de paz. Lutar contra o Hamas é legítimo. Mas sua operação coloca a solução de dois Estados em sério perigo. O que faz apenas amplia o ódio”, completou o espanhol.
A iniciativa desagradou, e muito, Israel. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, ordenou a saída imediata de seus embaixadores israelenses em Madrid, Dublin e Oslo. Ele alegou que reconhecer um Estado Palestino “mina o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza” e “envia uma mensagem aos palestinos e ao mundo de que o terrorismo compensa”.
“Israel não ficará em silêncio. Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos e a remoção do Hamas e o regresso dos reféns. Não existem objetivos mais justos do que esses”, salientou Katz, que disse ainda que “se a Espanha concretizar sua intenção de reconhecer um Estado Palestino, uma medida semelhante será tomada contra ela”.