O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira, 27, que fornecerá 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,6 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia, durante visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Madri. As lideranças assinaram um acordo “extremamente importante” de defesa e segurança com validade de uma década, acrescentou o premiê. Não há detalhes precisos sobre o documento.
“(Este acordo) permitirá à Ucrânia aumentar as suas capacidades, incluindo os seus sistemas essenciais de defesa aérea para proteger os seus civis, cidades e infraestruturas, que ainda sofrem ataques indiscriminados, como se viu neste fim de semana em Kharkiv”, disse Sánchez a repórteres depois de assinar o pacto.
Ele acrescentou que a nação também fornecerá mísseis Patriot — sistemas de defesa aérea fabricados pelos Estados Unidos — e “outro lote de tanques Leopard e, sobretudo, munições” para as tropas ucranianas. Além dos benefícios militares destacados pelo primeiro-ministro espanhol, o acordo prevê colaborações em uma gama de setores, incluindo inteligência, reconstrução e assistência humanitária.
A declaração ocorre um dia após Zelensky apelar aos líderes mundiais para comparecerem a uma “cúpula de paz” na Suíça, prevista para 15 de junho. Ele instou os presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, a participarem do encontro em busca da “verdadeira paz, e não apenas uma pausa nos ataques”.
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Avanço em Kharkiv
Há mais de dois anos em guerra, Kiev enfrenta uma estagnação na retomada de zonas ocupadas por soldados de Moscou, lida com a exaustão de suas tropas devido aos combates ininterruptos e reclama da falta de equipamentos adequados.
Moscou, por sua vez, avança em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. Na última quinta-feira 23, ataques de mísseis russos mataram sete pessoas na região. Ao menos 23 pessoas ficaram feridas, incluindo 16 civis que estavam em uma gráfica no momento em que o enxame de mísseis russos atingiu o local.
Na ocasião, o líder ucraniano utilizou as redes sociais para criticar o “ataque extremamente brutal” a Kharkiv e à cidade de Lyubotyn, e disse que os “terroristas russos estão se aproveitando da falta de proteção de defesa aérea suficiente e de capacidade fiável da Ucrânia para destruir lançadores terroristas nos seus locais exatos”, que estariam próximos à fronteira entre os países.
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O nó húngaro
Ainda nesta segunda-feira, 27 ministros das Relações Exteriores de países-membros da União Europeia apelaram à Hungria para permitir a liberação de cerca de 6,5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 36 bilhões) em ajuda militar aos ucranianos. Eles alegaram que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, tem bloqueado instrumentos para o desembolso de um pacote aprovado pelo bloco europeu em março, acusando-o de privilegiar o relacionamento com a Rússia apesar da decisão da UE.
“Quase todas as nossas discussões e soluções e decisões necessárias por parte da UE estão sendo bloqueadas por apenas um país”, afirmou o chefe da diplomacia da Lituânia, Gabrielius Landsbergis. “Temos que começar a ver isto como uma abordagem sistemática em relação a quaisquer esforços da UE para ter um papel diplomático significativo”.