Em um telefonema com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse, nesta terça-feira, 28, que Israel deve ser responsabilizado em tribunais internacionais pelos “crimes de guerra que cometeu na Faixa de Gaza”.
“O presidente Erdogan disse que Israel continua a atropelar descaradamente o direito internacional, as leis da guerra e deve ser responsabilizado pelos crimes que cometeu”, diz uma nota divulgada pelo governo turco.
Ainda de acordo com informações da Presidência turca, as autoridades discutiram sobre esforços para a paz e o acesso de ajuda humanitária ao enclave.
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A conversa antecedeu a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza, prevista para esta quarta-feira. O encontro vai contar com a presença do ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan.
Ele promete se reunir com seus pares de outros países que integram a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica (OIC) para discutir a situação de Gaza com as demais potências.
A Turquia tem feito uma oposição voraz aos ataques de Israel na região, iniciados após as investidas do Hamas no dia 7 de outubro, e apelou desde então por um cessar-fogo total que permitisse encontrar uma solução mais ampla e duradoura entre palestinos e israelenses.
Erdogan classificou a atuação militar de Israel como genocídio e acusou o país de ser um “Estado terrorista”. Por outro lado, afirmou que o grupo militante palestino Hamas não é uma “organização terrorista”, e sim um grupo pela libertação que luta para proteger o povo e as terras palestinos.
“O Hamas não é uma organização terrorista, é um grupo de libertação, ‘mujahideen’ que trava uma batalha para proteger as suas terras e o seu povo”, disse Erdogan em outubro deste ano, usando uma palavra árabe que designa aqueles que lutam pela sua fé.
Na época, o presidente turco cancelou uma viagem para Israel pela guerra “desumana” em Gaza, sob a afirmação de que as relações entre os dois países não iriam melhorar.
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A Turquia congelou relações com Israel em 2010, depois de forças israelenses atacarem um navio turco que se dirigia a Gaza com suprimentos de ajuda, matando 10 civis. Embora os dois Estados tenham reestabelecido laços em 2016, a Turquia protestou com a expulsão de diplomatas em 2018 após repressão a manifestantes palestinos em Gaza.