O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira, 18, que irá congelar as candidaturas de Finlândia e Suécia à Otan caso os países não se comprometam com a promessa de combater grupos curdos considerados terroristas pelos turcos, acrescentando que a Suécia “ainda não está passando uma boa imagem”.
As nações escandinavas deixaram de lado a neutralidade histórica e realizaram oficialmente o pedido para fazer parte da maior aliança militar ocidental depois de se sentirem ameaçadas pela Rússia após o conflito com a Ucrânia. No entanto, o governo turco se demonstrou contrário à adesão por acusar os países de apoio aos grupos curdos considerados terroristas e, para que um novo membro seja aceito na Otan, é necessário que todos as nações participantes sejam a favor.
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No final de junho, durante cúpula da Otan em Madri, os líderes dos três países assinaram um acordo no qual os governos de Finlândia e Suécia se mostraram dispostos a combater o terrorismo e a exportação de armas em troca da entrada no bloco militar. Em uma rápida movimentação, os países foram convidados oficialmente para se juntarem à aliança liderada pelos Estados Unidos, de acordo com um comunicado dos chefes de Estado.
No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que, após o convite, “precisamos de um processo de ratificação em 30 parlamentos; isso sempre leva algum tempo, mas também espero que seja rápido porque os aliados estão prontos para tentar fazer esse processo de ratificação acontecer o mais rápido possível.”
Quando a invasão russa se concretizou, tanto Finlândia quanto Suécia seguiam firmes na aversão a integrar a Otan e provocar Moscou desnecessariamente.
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No lado finlandês, contava para a manutenção do status quo a indigesta relação histórica entre os dois países: a Finlândia integrou o Império Russo até 1917, lutou duas vezes contra as forças soviéticas durante a II Guerra Mundial, acabou cedendo 10% de seu território e assinou com a URSS em 1948 um tratado de “amizade, cooperação e assistência mútua” que a isolou militarmente da Europa Ocidental — concessão que ficou conhecida como “finlandização”.
Em janeiro, quando as tropas russas já se movimentavam na direção da Ucrânia, Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa, declarou ser “muito improvável” que seu país aderisse à Otan.
O chefe das Forças Armadas do país, Timo Kivinen, também já declarou que os finlandeses ofereceriam resistência a uma ofensiva russa, assim como a Ucrânia. “A Ucrânia tem sido osso duro de roer para a Rússia, e a Finlândia será também”, disse em entrevista à agência de notícias Reuters.
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No caso sueco, a política externa do pós-guerra apontou seu foco para o diálogo multilateral e o desarmamento nuclear, e a neutralidade se tornou um princípio ideológico. A invasão russa transformou a estratégia. “Há um antes e um depois de 24 de fevereiro. O cenário de segurança mudou completamente”, declarou a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.