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Enquanto protestos tomam a França, Macron vai a show de Elton John

Ao menos 875 pessoas foram detidas na terceira noite de protestos após a morte de um adolescente filho de imigrantes africanos, baleado por um policial

Por Da Redação Atualizado em 30 jun 2023, 16h47 - Publicado em 30 jun 2023, 16h46
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  • O presidente da França, Emmanuel Macron, foi alvo de críticas ao assistir a um show de Elton John em Paris, enquanto os manifestações acontecem em todo o país pela morte de um adolescente filho de imigrantes africanos, baleado por um policial. Filmagens mostraram o mandatário batendo o pé enquanto o artista britânico tocava sucessos como “Saturday Night’s Alright for Fighting” e “Burn Down the Mission”.

    + França: 875 pessoas são presas em protestos por morte de jovem

    Elton e seu marido, David Furnish, também postaram uma foto no Instagram na última quinta-feira, 29, de um encontro com o presidente e a primeira-dama, Brigitte Macron. 

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    Um usuário comentou a foto de Furnish falando que “ao mesmo tempo em que uma criança foi morta pela polícia sob seu governo, ele está curtindo um show. Lamentável para Macron”.

    O ministério do Interior da França informou nesta sexta-feira, 30, que 875 pessoas foram detidas na terceira noite de protestos após a morte de um adolescente filho de imigrantes africanos, baleado por um policial. A maioria tem de 14 a 18 anos. O agente teve a prisão preventiva por homicídio decretada pela Justiça.

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    A violência começou na terça-feira 27, em Nanterre, nos arredores de Paris, depois da morte de Nahel, de 17 anos. O adolescente foi atingido por um disparo à queima-roupa efetuado por um agente durante uma blitz.

    Ao longo da madrugada, manifestantes entraram em confrontos com a polícia em várias cidades. Lojas e bancos foram destruídos ou incendiados e ônibus foram virados. Para conter os franceses, o governo mobilizou 40 mil policiais extras em todo o país.

    Além de Paris, cidades como Lyon, Lille e Tolouse, entre outras, registraram protestos violentos. Como medida de contenção, as autoridades locais da segunda maior cidade da França, Marselha, proibiram manifestações nesta sexta-feira. Todos os transportes públicos da região vão parar de funcionar às 19h (15h de Brasília), já que os manifestantes costumam ir às ruas de noite.

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    Pelo menos três cidades ao redor de Paris, incluindo Clamart, Compiègne e Neuilly-sur-Marne, impuseram toques de recolher noturnos totais ou parciais, depois que um relatório de inteligência policial vazou para a mídia francesa e previu “violência urbana generalizada nas próximas noites”.

    + Protestos crescem na França após policial ser acusado de matar jovem

    Uma vigília pacífica também organizada pela pela mãe de Nahel, Mounia, que liderou a procissão com um cartaz escrito “Polícia mata” e levantando um sinalizador vermelho.

    O policial suspeito de matar Nahel foi acusado preliminarmente de homicídio voluntário, depois que o promotor Pascal Prache disse que suas investigações iniciais indicaram que “as condições para o uso legal da arma não foram atendidas”. Prache disse que os policiais tentaram parar Nahel porque ele parecia muito jovem e estava dirigindo um Mercedes com placas polonesas em uma faixa de ônibus.

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    + Protestos irrompem na França após polícia matar jovem de 17 anos

    De acordo com o promotor, o depoimento do policial disse que Nahel teria atravessado um sinal vermelho para evitar ser parado antes de ficar preso no trânsito, e ele disparou o tiro disse que temeu que um colega ou um transeunte pudessem ser atropelados pelo carro.

    A família do adolescente e seus advogados não disseram que o tiro estava relacionado à raça, mas o ocorrido intensificou a raiva entre os ativistas sobre a má conduta policial.

    “Temos que ir além de dizer que as coisas precisam se acalmar”, disse Dominique Sopo, chefe do grupo de campanha SOS Racismo. “A questão aqui é como fazer para que tenhamos uma polícia que, ao ver negros e árabes, não grite com eles, use termos racistas contra eles e, em alguns casos, dê um tiro na cabeça.”

    Inicialmente, Macron adotou um tom conciliatório, chamando a morte de Nahel de “inexplicável e imperdoável”. Porém, sua resposta endureceu à medida que a violência se intensificou, denunciando ataques a prédios públicos como “totalmente injustificáveis” e expressando sua gratidão pela tropa de choque lutando contra os manifestantes.

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