Em meio às piores enchentes na Europa em ao menos 20 anos, mais rios na transbordaram na região central do continente nesta segunda-feira, 16, e o número de mortos aumentou. Pelo menos 15 pessoas se afogaram em inundações da Áustria até a Romênia. Mais de 12.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas na República Tcheca, e o governo polonês disse que se reunirá ainda nesta segunda para declarar “estado de calamidade”.
A enchente matou seis pessoas no fim de semana na Romênia, e um bombeiro austríaco foi confirmado morto no domingo 15. Na Baixa Áustria, dois homens de 70 e 80 anos foram encontrados afogados em suas casas, disse um porta-voz da polícia nesta segunda-feira. Por fim, a agência de notícias PAP relatou cinco mortes na Polônia e pelo menos uma na República Checa.
As áreas na fronteira entre a República Checa e a Polônia foram duramente atingidas no final de semana, mas já vinham registrando chuvas torrenciais desde a semana passada. O aumento dos níveis da água derrubaram algumas pontes, forçando pessoas a deixarem suas casas para não ficarem ilhadas.
Michal Piszko, prefeito da cidade polonesa de Klodzko, perto da fronteira checa, disse que as águas recuaram, mas que seu governo precisava de ajuda.
“Precisamos de água engarrafada e alimentos secos, porque também montamos um ponto para vítimas de inundações evacuadas de áreas inundadas”, disse ele à emissora privada RMF FM.
“As crianças não irão à escola até o fim da semana. No momento, metade da cidade não tem eletricidade”, completou.
A ministra da Educação polonesa, Barbara Nowacka, disse que cerca de 420 escolas em quatro províncias foram fechadas. Na cidade de Nysa, um hospital foi esvaziado.
Na República Checa, do outro lado da fronteira, enchentes devastaram a cidade de Jesenik no domingo. Autoridades locais já iniciaram a limpeza por lá, depois que as águas começaram a baixar, revelando carros danificados e destroços nas ruas.
Já no leste da Romênia, onde vilas e cidades ficaram submersas no fim de semana, Emil Dragomir, prefeito de Slobozia Conachi, disse à estação de televisão Digi24 que a enchente teve um impacto devastador.
“Se você estivesse aqui, choraria instantaneamente. As pessoas estão desesperadas, o trabalho de toda a vida delas se foi, havia pessoas que ficaram apenas com as roupas que tinham”, disse ele.
Enquanto os rios na área da fronteira checo-polonesa começaram a baixar nesta segunda-feira, as enchentes aumentaram em outros lugares e deixaram cidades maiores em alerta. Jacek Sutryk, prefeito de Wroclaw, na Polônia, disse que a cidade de cerca de 600 mil habitantes se prepara para atingir o pico dos níveis de água nesta quarta-feira, 18.
“Esta onda alta passará por Wroclaw por vários dias”, alertou.
Enquanto isso, na República Tcheca o aumento do Rio Morava deixou 70% da cidade de Litovel debaixo d’água. A apenas 230 km da capital, Praga, ela tem população de quase 10 mil pessoas e precisou fechar escolas e hospitais. No mesmo país, inundações em Ostrava forçaram o fechamento de uma usina de energia da cidade, bem como duas fábricas de produtos químicos. Pelo menos 250 mil casas checas ficaram sem eletricidade no final de semana, informou a agência de notícias CTK.
Nesta segunda-feira, a capital da Eslováquia, Bratislava, e a capital húngara, Budapeste, começaram a se preparar para o aumento do nível do Rio Danúbio. O ministro do Interior da Hungria, Sandor Pinter, disse que até 12 mil soldados estavam de prontidão para ajudar, caso o corpo d’água e seus afluentes transbordassem.