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Empresas alimentícias alertam para risco de fome no mundo dobrar

Carta de multinacionais do setor a líderes mundiais adverte para a necessidade de manter fronteiras abertas ao comércio durante a crise do coronavírus

Por Da Redação Atualizado em 9 abr 2020, 10h55 - Publicado em 9 abr 2020, 10h46
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  • Algumas das maiores empresas alimentícias do mundo alertaram líderes mundiais que a pandemia de coronavírus pode “interromper massivamente” o suprimento de alimentos e dobrar o número de pessoas que passam fome crônica no planeta. O conteúdo da carta enviada pelas companhias Unilever, Nestlé e PepsiCo, juntamente com organizações de agricultores, a Fundação das Nações Unidas, acadêmicos e grupos da sociedade civil a membros do G7 e do G20 foi divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo jornal britânico The Guardian.

    O grupo pede que as autoridades internacionais mantenham as fronteiras abertas ao comércio, a fim de ajudar os mais vulneráveis ​​da sociedade e a investir em produção de alimentos ambientalmente sustentáveis. Segundo a carta, ações coordenadas urgentes devem ser tomadas para impedir que a Covid-19 se transforme em uma “crise alimentar e humanitária global”.

    “O risco de grandes interrupções no fornecimento de alimentos nos próximos meses está aumentando, especialmente para países importadores de alimentos de baixa renda, muitos dos quais estão na África subsaariana”, diz trecho da carta.

    “Não seria difícil imaginar cenários em que o número de pessoas que sofrem diariamente de fome, já estimadas em mais de 800 milhões, dobre nos próximos meses, com um risco enorme de aumentar a desnutrição e a nanismo infantil”, completam as empresas.

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    O Guardian ressalta que o G20 está sob crescente pressão para agir depois que um grupo de economistas ganhadores de prêmios Nobel e ex-funcionários de bancos de desenvolvimento escreveu ao fórum informando que seriam necessários trilhões de dólares para ajudar o mundo em desenvolvimento a lidar com a pandemia. Nesta semana, mais de 100 ex-chefes de governo, incluindo os britânicos Tony Blair e Gordon Brown e o francês Nicolas Sarkozy, também pediram ao G20 que atue com urgência.

    A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação também demonstra preocupação com o fato de que, embora as colheitas estejam sendo produzidas de maneira suficiente para alimentar o mundo, restrições ou tarifas de exportação de alguns governos possam criar escassez.

    O aviso urgente dos líderes da indústria de alimentos ocorre num momento em que alguns países já começam a restringir a entrada de certos produtos. Além disso, as restrições à circulação de pessoas também ameaçam criar escassez de mão-de-obra agrícola em uma época crucial do ano para muitas culturas.

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    A carta diz ainda que portos e fronteiras devem ser mantidos abertos ao comércio de alimentos e que investimentos da produção local, como o de pequenos agricultores, devem receber ajuda governamental.

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