Os Emirados Árabes Unidos foram responsáveis por plantar uma história falsa no site de notícias do governo do Catar que foi usada como pretexto para a atual crise diplomática no Golfo Pérsico, informou o Washington Post neste domingo. Segundo o jornal americano, funcionários de inteligência dos Estados Unidos disseram que membros seniores do governo emiradense orquestram um ataque hacker, discutido em 23 de maio, para realizar o plano.
No dia seguinte, uma história apareceu no site da agência de notícias do Catar, com citação a um discurso do emir catariano, Sheikh Tamim Bin Hamad al- Thani, no qual ele teria elogiado o Irã e dito que o Catar tem um bom relacionamento com Israel. As falsas declarações apareceram também no feed do Twitter da agência, que afirmou que foi pirateada e removeu o artigo. No entanto, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito bloquearam diplomaticamente o Catar sob a alegação de que o governo catariano apoiava o terrorismo e mantinha relações com Teerã.
A embaixada emiradense em Washington divulgou uma declaração em resposta ao jornal Washington Post em que afirmou que as alegações são falsas e insistiu que os Emirados Árabes Unidos “não tinham qualquer papel” na atividade hacker referente ao conteúdo do jornal do Catar.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem apoiado fortemente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos nessa disputa, afirmando, publicamente, que Doha é um defensor de militantes islâmicos radicais e uma força desestabilizadora no Oriente Médio. Na semana passada, o secretário de Estado, Rex Tillerson, concluiu uma visita de vários dias aos países do Golfo, mas deixou a região sem sinais de uma resolução do conflito diplomático.
Bloqueio
O Conselho de Ministros da Arábia Saudita aprovou nesta segunda-feira a continuidade das medidas que o quarteto de países árabes adotou contra o Catar desde o início da crise diplomática, no dia 5 de junho.
As sanções continuarão até que as autoridades do Catar se comprometam a adotar “totalmente” as demandas “justas” exigidas, que incluem o reconhecimento do apoio de Doha a grupos terroristas e a adoção de medidas para obter estabilidade e segurança na região, conforme foi estabelecido na sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada em Jeddah e presidida pelo rei Salman bin Abdulaziz al Saud.
Os governos árabes acusam o Catar de apoiar grupos terroristas e aplicaram um bloqueio econômico e comercial que fechou as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do pequeno país do Golfo Pérsico.
(com agências internacionais)