A Emgage Action, organização dedicada a mobilizar eleitores muçulmanos nos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira, 25, seu apoio à candidata democrata e vice-presidente, Kamala Harris. Apesar da oposição às políticas do atual governo no Oriente Médio, o grupo afirmou que a ameaça representada pelo republicano Donald Trump é um perigo ainda maior para a comunidade muçulmana americana.
Mesmo com o endosso, a relação entre grupos árabe-americanos e muçulmanos e líderes democratas está tensionada há meses, principalmente devido à forma como a Casa Branca, sob o presidente Joe Biden, lida com a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Muitos membros desses grupos demográficos escolheram não apoiar nenhum candidato na corrida presidencial.
Assim como outras organizações muçulmanas-americanas, o Emgage Action, ficou do lado dos democratas em eleições passadas, especialmente na era Trump, quando seus ataques e políticas de imigração frequentemente se dirigiam contra países islâmicos. O Emgage Action apoiou Biden nas eleições de 2020, quando afirmou ter mobilizado 1 milhão de eleitores muçulmanos.
Harris já conta com o apoio de outros grupos semelhantes, como o Black Muslim Leadership Council Fund e o American Muslim Democratic Caucus.
A campanha de Trump ainda não se manifestou sobre o mais recente apoio a Harris. O republicano já declarou que pretende restabelecer a chamada “proibição de viagens”, que restringe a entrada de indivíduos de uma lista de países predominantemente do Mundo Árabe.
Guerra em Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando homens armados do Hamas invadiram comunidades do sul israelense, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 250 reféns, de acordo com contagens de Tel Aviv.
Desde então, o exército de Israel arrasou enormes áreas de Gaza, deslocando quase todos os 2,3 milhões de habitantes do enclave, que hoje sofrem com fome, inanição e doenças mortais, e matando mais de 41 mil pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas.
Os Estados Unidos, maior aliado e fornecedor de armas de Israel, desde o início da guerra enviaram mais de 10 mil bombas altamente destrutivas de 900 kg e milhares de mísseis Hellfire para ajudar nas defesas do país.