O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta quinta-feira, 15, que as forças ucranianas capturaram a cidade russa de Sudzha, resultado do avanço da ofensiva em solo inimigo a partir da região fronteiriça de Kursk, iniciada na semana passada. Ao todo, os soldados de Kiev assumiram o controle de 1.150 quilômetros quadrados do território russo e 82 assentamentos desde o ataque surpresa, informou o chefe militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi.
Após o domínio, foi estabelecido um escritório de comando militar em Sudzha “para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados”, acrescentou Syrskyi. A cidade é considerada um ponto-chave para o fornecimento de gás da Rússia para a Europa. Acredita-se, então, que a operação ucraniana teria como finalidade atingir um poderoso afluente de dinheiro para os cofres russos.
As tropas se enfrentam nas proximidades da cidade oriental de Pokrovsk nesta quinta-feira, informou Kiev. Segundo o chefe da administração militar de Pokrovsk, Serhii Dobriak, os ucranianos estavam “quase bem perto” do local, a cerca de 10 quilômetros. O ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, disse que derrubou 117 drones “tipo aeronave” e quatro mísseis táticos em Kursk e regiões vizinhas.
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Progresso da Ucrânia
No sábado, Kiev quebrou o silêncio sobre os ataques, quando Zelensky admitiu pela primeira vez desde o início da guerra que seu exército havia lançado uma incursão em território russo para “restaurar a justiça” e pressionar as forças de Moscou. “A Rússia levou a guerra para os outros, agora ela está voltando para casa”, disparou o presidente. Quatro dias depois, comunicou que 100 soldados russos foram capturados.
A ofensiva, que deu seus primeiros passos em 6 de agosto, é considerada o maior avanço ucraniano desde a eclosão da guerra, em fevereiro de 2022, e marca a primeira vez que a Rússia é invadida por tropas desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), para constrangimento do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que prometeu “expulsar o inimigo”.
Em meio aos embates, o governo de Belgorod, uma região vizinha a Kursk, teve de retirar cerca de 11 mil pessoas da área no início desta semana. Milhares de pessoas também foram orientadas a deixar suas casas no distrito de Belovsky, onde o governador local, Alexei Smirnov, emitiu um alerta de mísseis.