Autoridades dos Estados Unidos obtiveram uma gravação de áudio do ex-presidente Donald Trump, em que ele reconhece ter levado documentos confidenciais consigo depois de deixar a Casa Branca, informou a mídia local nesta quinta-feira, 1. O Departamento de Justiça já conduz uma investigação contra o político sobre o manuseio indevido de arquivos secretos, mas ele nega qualquer irregularidade.
A gravação captou o áudio de uma reunião no clube de golfe de Trump em Nova Jersey, em julho de 2021, cerca de seis meses depois que ele deixou a presidência. Segundo as emissoras americanas CNN e CBS, o ex-presidente diz na gravação reconhecer que o documento em questão é restrito, já que era um memorando militar com detalhes de um possível ataque ao Irã.
Trump também fala que quer compartilhar informações do documento, mas sabe que não pode, por não ser mais presidente. Além disso, ele confirma que o memorando é confidencial e deveria ter sido devolvido antes dele sair da Casa Branca.
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Não está claro se Trump estava com o documento durante a reunião, ou se estava apenas descrevendo-o para os assessores presentes. Outros relatos sugerem que é possível escutar o som de farfalhar de papéis.
A gravação contradiz o argumento de Trump de que ele tirou a confidencialidade de todos os documentos que removeu da Casa Branca. Além disso, pode ajudar a provar que o ex-presidente estava ciente de que não deveria estar na posse de segredos do Estado.
O áudio foi entregue aos investigadores do Departamento de Justiça, supervisionados pelo promotor especial Jack Smith. A investigação, que se intensificou nas últimas semanas, examina a remoção de centenas de documentos confidenciais da Casa Branca, que foram levados para a casa de Trump na Flórida depois que ele deixou o cargo.
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Os investigadores estão avaliando como esses documentos foram guardados, quem pode ter tido acesso a eles, e a própria conduta de Trump ao longo das fases do inquérito.
Ao fim, Smith vai decidir Trump receberá acusações criminais. O Departamento de Justiça acredita que o ex-presidente pode ter violado a Lei de Espionagem.
O republicano entrou oficialmente na corrida presidencial de 2024, ao mesmo tempo que enfrenta diversos outros processos judiciais. Recentemente, ele foi indiciado em Nova York por pagamentos de suborno para uma atriz pornô, que teria tido um caso extraconjugal com o ex-presidente. Ele se declarou inocente.
Além disso, o ex-presidente também é alvo de uma investigação na Geórgia, sobre supostos esforços para tentar anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 no estado.