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Paquistão diz que vai libertar piloto indiano capturado: ‘Gesto de paz’

País vive escalada militar sem precedentes nos últimos anos com a Índia, depois de ataque terrorista e bombardeios

Por Da redação
Atualizado em 28 fev 2019, 11h25 - Publicado em 28 fev 2019, 11h17
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  • O primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan afirmou nesta quinta-feira, 28, que o governo vai libertar o piloto da Índia capturado durante um bombardeio do país vizinho ao seu território. O premiê afirmou que a decisão é um “gesto de paz”.

    “O piloto indiano está sob nossa custódia e o libertaremos amanhã como gesto de paz”, anunciou o dirigente paquistanês durante uma sessão no Parlamento televisionada ao vivo.

    O governo paquistanês capturou Abhi Nandan depois que abateu uma das aeronaves da Índia que realizou um ataque contra seu território na quarta-feira 27.

    Khan afirmou que tentou conversar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para diminuir as tensões. O premiê indiano não respondeu à iniciativa, mas o Paquistão pretende reiterar a oferta de negociações para Nova Délhi com a libertação do piloto.

    O gesto paquistanês acontece em meio a uma escalada militar sem precedentes entre os dois países nos últimos anos, depois que a Índia assegurou ter bombardeado na terça-feira 26 um acampamento em solo paquistanês do grupo terrorista Jaesh-e-Mohammed (JeM).

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    O JeM reivindicou em 14 de fevereiro um atentado com carro-bomba a um comboio das forças de segurança na Caxemira indiana no qual morreram 42 polícias, o mais sangrento em três décadas de conflito na disputada região. Nova Délhi acusa o governo paquistanês de apoiar os terroristas.

    No entanto, o Executivo de Islamabad afirma que o bombardeio indiano não causou mortes e que as bombas caíram em espaços abertos.

    Como resposta, o Paquistão anunciou ontem a derrubada de dois caças indianos e a captura de Abhi Nandan, além de um bombardeio contra a Caxemira indiana. O ataque não causou baixas nem danos.

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    Provocações e tensão

    Também na manhã desta quinta-feira, Modi aproveitou um pronunciamento aos trabalhadores do partido nacionalista hindu para voltar a criticar o governo de Islamabad.

    De acordo com o premiê indiano, os inimigos de seu país estão conspirando para criar instabilidade por meio de ataques terroristas. Modi, contudo, não citou o Paquistão em sua fala, mas disse que uma Índia unida iria “lutar, viver, trabalhar e vencer”.

    Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que Índia e Paquistão tomem medidas “urgentemente” para “diminuir as tensões”, depois dos últimos acontecimentos.

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    Através do seu porta-voz, Guterres exigiu compromisso às duas partes para cumprir com sua responsabilidade de manter a paz e a segurança na região.

    Tensão regional

    A Caxemira é reivindicada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica em 1947 e está dividida entre os dois países.

    Em 1949, tentando resolver o impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU) cedeu um terço da Caxemira aos paquistaneses e dois terços aos indianos. Desde então, a Índia enfrenta os desafios de tutelar uma região de maioria muçulmana, culturalmente isolada no país, o que criou movimentos separatistas já no fim dos anos 1980.

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    De acordo com analistas, a Índia mantém 500.000 soldados mobilizados em sua região, o que faz desta uma das zonas mais militarizadas do mundo.

    (Com EFE, AFP e Estadão Conteúdo)

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