Em apoio ao Líbano e Gaza, houthis do Iêmen atacam Israel e três destróieres dos EUA
Porta-voz militar dos houthis advertiu que os ataques não cessariam até que premiê israelense interrompa as operações nas duas localidades
Os houthis do Iêmen, facção político-religiosa apoiada pelo Irã, afirmaram nesta sexta-feira, 27, que atacaram as cidades de Tel Aviv e Ashkelon, em Israel, e três destróieres dos Estados Unidos no Mar Vermelho. A ofensiva acontece, segundo os rebeldes, em solidariedade ao Líbano, alvo de ataques israelenses na última semana, e à Faixa de Gaza, onde ocorre a guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas.
Em discurso televisionado, o porta-voz militar dos houthis, Yahya Sarea, advertiu que os ataques não cessariam até que o governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, recue e interrompa as operações nas duas localidades. Ele também alertou que a facção estava preparada militarmente para “triunfar em nome do sangue de nossos irmãos na Palestina e no Líbano”.
Além disso, três destróieres americanos foram atacados no Mar Vermelho, anunciou Sarea em outro comunicado. Ao todo, foram usados 23 mísseis balísticos e um drone. As embarcações estavam a caminho de Israel para apoiar o país.
Em contrapartida, uma autoridade dos EUA, sob condição de anonimato, disse à agência de notícias Reuters que não há registro de danos nos navios de guerra e que uma série de projéteis foi interceptada enquanto passava pelo Estreito de Bab al-Mandab.
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Situação no Líbano
Mais de 600 pessoas morreram em ataques israelenses ao Líbano, em meio a pior escalada de tensão entre Tel Aviv e a milícia libanesa Hezbollah, também apoiada pelo Irã e aliada do Hamas, desde a guerra de 2006. Na semana passada, uma múltiplos pagers, usados para comunicação pelo Hezbollah, e walkie-talkies explodiram ao redor do território libanês, provocando dezenas de mortes.
Desde o início do conflito Israel-Hamas, a milícia tem trocado tiros com tropas israelenses na fronteira. Com o agravamento do cenário, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou uma “nova fase da guerra”, na qual “forças, recursos e energia” foram deslocados para o norte. Ou seja, militares que estavam na Faixa de Gazam onde mais de 41 mil palestinos foram mortos, foram deslocados para a divisa com o Líbano.
“Não esquecemos os reféns e não esquecemos nossas tarefas no sul. Este é nosso dever e estamos realizando-o ao mesmo tempo”, disse ele na ocasião, acrescentando que a nova etapa procura “devolver os moradores das cidades do norte às suas casas em segurança”.