O presidente e candidato Emmanuel Macron abriu dez pontos de vantagem sobre a ultradireitista Marine Le Pen, segundo a pesquisa Ipsos Sopra Steria divulgada na quarta-feira 13. Apesar da projeção positiva para o atual chefe de Estado, o segundo turno da eleição presidencial da França promete ser mais acirrado do que o pleito de 2017, quando Macron derrotou Le Pen com uma vantagem muito mais expressiva.
Macron, o novato que há cinco anos aglutinou a maioria do país contra o discurso nacionalista de Le Pen e a submeteu a uma derrota acachapante, agora sofre para se manter no topo. Em busca da reeleição, o atual mandatário francês terminou o primeiro turno no último domingo 10 com 27,8% dos votos, enquanto Le Pen conquistou 23,2%.
Neste cenário acirrado, a abstenção dos eleitores é alvo de preocupação, já que, na França, o voto não é obrigatório. A baixa participação dos eleitores foi destaque no primeiro turno, no qual 26% dos franceses não compareceram à urnas – a maior abstenção em vinte anos.
Na pesquisa mais recente, o presidente tem 55% das intenções de votos no segundo turno, contra 45% de sua rival. Os números apontam que a liderança de Macron não é tão confortável, já que a margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais.
A pesquisa ouviu 1.693 eleitores nos últimos três dias, que responderam às perguntas pela internet. A metodologia utilizada foi a chamada “rolling poll” (sondagem móvel, em tradução literal), na qual cerca de 500 eleitores são entrevistados por dia.
Um outro levantamento, realizado pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), aponta um resultado mais apertado, de 53% contra 47%. Na eleição de 2017, Macron derrotou Le Pen com folga, por 66% a 34% dos votos válidos.
Apesar de ameaçador, o avanço de Marine Le Pen ao segundo turno das eleições presidenciais provocou uma reação nos principais candidatos derrotados que pode favorecer Macron. Com o objetivo de frear a representante da exterma-direita, Jean-Luc Mélenchon, declarou que “Não deve ser dado um voto sequer a Le Pen”. O candidato da esquerda ficou ficou em terceiro lugar, com 22% dos votos no primeiro turno.
Em tom similar, a conservadora Valérie Pécresse pediu que seus eleitores direcionassem seus votos ao atual presidente no segundo turno. Segundo a candidata, a chegada de Le Pen ao poder resultaria em “consequências potencialmente desastrosas” para o país e para as gerações futuras.
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Quem se manifestou claramente a favor de Le Pen foi o polêmico ultradireitista Éric Zemmour, que recebeu 7,2 % dos votos no primeiro turno. Zemmour criticou a postura de Macron em relação à questões de imigração e segurança, temas valiosos na eleição passada. A adversária de Macron é impulsionada também por uma base que vê o atual presidente como um líder fraco.
Há ainda a rejeição de parte dos eleitores ao presidente, que foi criticado por ter dedicado tempo em demasia a tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia, postura que julgava poder ajudá-lo a se reeleger.
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Agradecendo os votos no primeiro turno, Macron afirmou ser a opção de “uma França integrada a uma Europa forte”, em contraposição a “uma França fora da Europa, que tenha como única aliada a a Internacional populista e xenofóbica”.