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Eleições dos EUA: Democratas pedem investigação do FBI sobre Correios

Congressistas alegam que chefe do sistema postal, Louis DeJoy, precarizou propositalmente o serviço para favorecer Trump na eleição de novembro

Por Da Redação
Atualizado em 17 ago 2020, 18h03 - Publicado em 17 ago 2020, 17h40
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  • Dois congressistas democratas pediram nesta segunda-feira, 17, ao FBI que investigasse a gestão do Serviço de Correios dos Estados Unidos (USPS). Os deputados Hakeem Jeffries e Ted Lieu acusam o diretor-executivo do USPS, Louis DeJoy, de precarizar o sistema postal para fins próprios, entre eles a limitação do acesso ao voto por correspondência nas eleições de novembro para ajudar a reeleição do presidente americano, Donald Trump.

    “Solicitamos ao FBI que investigue se DeJoy ou os membros do conselho de gestão do USPS cometeram algum crime”, escreveram os congressistas em uma carta divulgada nesta segunda-feira. “Há evidência que dificultar a votação pelo correio [para as eleições de novembro] pode ser um dos motivos das mudanças instituídas no USPS”.

    Como Jeffries e Lieu lembraram na carta, o diretor-executivo do USPS é um grande doador eleitoral de Trump. DeJoy, que não tem nenhuma experiência prévia no serviço postal, já doou mais de 1,2 milhão de dólares à campanha de reeleição do presidente e a outros candidatos republicanos nas eleições gerais deste ano.

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    Além disso, a dupla considerou a possibilidade do diretor-executivo estar precarizando a agência estatal por razões financeiras pessoais. Em junho, DeJoy comprou até 100.000 dólares em ações da Amazon, que conta com um serviço de correspondências concorrente do USPS.

    A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, também pediram no domingo que DeJoy compareça em 24 de agosto a uma “audiência urgente perante uma comissão da câmara dos deputados.

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    No mesmo dia, um grupo de manifestantes protestou em frente à casa de DeJoy em Greesnboro, na Carolina do Norte, pelo que veem como interferências ordenadas por Trump para impactar a votação por correspondência.

    Entre alguns episódios de precarização do serviço postal, Jeffries e Lieu afirmaram que pelo menos 19 máquinas para ordenar correspondências, capazes de processar 35.000 cartas por hora, foram desmanteladas pela gestão DeJoy. Outras 671 estão sendo subutilizadas.

    O jornal The Washington Post também afirmou, em um artigo de 30 de julho, que DeJoy proibiu o pagamento por hora extra dos servidores e reduziu o número de correspondências que cada carteiro pode levar por viagem.

    “Não, não estamos adulterando nada”, se justificou Trump em uma entrevista à emissora Fox News nesta segunda-feira, 17.

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    “Queremos fazer [o USPS] funcionar de forma eficiente e bem executado. Queremos fazer com que funcione por menos dinheiro e muito melhor ”, acrescentou.

    Jeffries e Lieu dizem que, se a política de precarização do USPS não for revertida, o voto por correspondência nas eleições gerais deste ano será prejudicado em pelo menos 46 dos 50 estados americanos.

    Voto por correspondência

    Mais de 180 milhões de americanos — 77% do eleitorado nacional — em mais de 40 estados americanos e no Distrito de Columbia (Washington) poderão votar por correspondência nas eleições gerais deste ano sem precisar de justificativa além do receio de contrair a Covid-19.

    A prática de votar por correspondência sem a necessidade de justificativa, porém, já é recorrente em alguns estados, como o Oregon, há décadas.

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    Trump é um avido crítico do voto por correspondência. “Não há nenhuma maneira (zero!) de as cédulas por correio serem menos do que substancialmente fraudulentas. As caixas de correio serão roubadas, as cédulas serão falsificadas e até impressas ilegalmente e assinadas de forma fraudulenta”, tuitou o presidente em maio.

    O presidente chegou a insinuar que tentaria adiar as eleições gerais para evitar que tantos eleitores americanos votem por correspondência.

    Diferentemente do que Trump afirma, os votos por correspondência não geram grandes fraudes. Um estudo conduzido pela Faculdade de Direito de Loyola indica que houve apenas 31 casos de voto fraudado entre mais de um bilhão entre 2000 e 2014, segundo um artigo publicado pela rede CNN. Outro estudo, realizado neste ano pelo Centro Brennan para a Justiça da Universidade de Nova York, destacou que é “mais provável que um americano seja atingido por um raio do que cometa uma fraude no voto por correio”. 

    Em resposta às afirmações de Trump, o candidato democrata à Presidência, Joe Biden, disse que o republicano “não quer eleições”. A senadora Kamala Harris, anunciada na semana passada como vice na chapa com Biden, tuitou: “Não podemos permitir que Donald Trump destrua o serviço postal dos Estados Unidos”.

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