Depois de ser condenado a níveis estaduais a 22 anos de prisão em junho de 2021, Derek Chauvin, assassino de George Floyd – homem negro sufocado por Chauvin com o joelho contra o chão – foi condenado nesta quinta-feira, 7, a 20 anos por violar os direitos civis de Floyd.
O ex-policial se declarou culpado em dezembro das acusações federais por privar Floyd de seus direitos civis quando sufocou o homem por nove minutos. Como parte do acordo de confissão, Chauvin enfrentou uma recomendação de sentença entre 20 e 25 anos, equivalente aos 245 meses que recebeu agora. As duas sentenças vão ser cumpridas simultaneamente.
A confissão de Chauvin evitou um segundo julgamento federal e a possibilidade de prisão perpétua, caso ele tivesse sido condenado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos.
+Condenado por matar George Floyd faz acordo com Justiça dos EUA
Os familiares de Floyd queriam que o ex-policial recebesse pena máxima. Philonise Floyd, irmão da vítima, fez um apelo emocionado no tribunal para que o resultado da audiência fosse a sentença máxima consecutiva para Chauvin. Ao mencionar a filha de Floyd, disse que “ele nunca será capaz de levá-la ao altar, levá-la a um baile de papai e filha”.
“Meu irmão foi assassinado em plena luz do dia com um joelho no pescoço por nove minutos”, afirmou o irmão. “A família e eu fomos condenados à prisão perpétua, nunca teremos George de volta”.
“A vida de George importa”, acrescentou.
+Derek Chauvin se declara culpado no caso George Floyd
Philonise Floyd disse ainda que gostaria que Chauvin pelo menos tivesse pedido desculpas por suas ações, “mas isso não vai trazer meu irmão de volta”. Ele também afirmou que gostaria de saber as razões do assassino, mas que elas provavelmente não existiam.
“Acho que ele sabia o que estava fazendo e fez de propósito”, pontuou Floyd.
O advogado do ex-policial, Eric Nelson, pediu ao tribunal que sentenciasse seu cliente a 20 anos de prisão, alegando que ele demonstrou respeito pelo tribunal, acrescentando que ele não é um risco de reincidência nem será mais um policial.
“Eu pediria ao tribunal que sentenciasse o Sr. Chauvin aos 240 meses”, disse Nelson, ao pedir um pouco menos do que o recebido.
George Floyd, de 45 anos, morreu em 25 de maio de 2020, em Minneapolis, após ser sufocado por Chauvin, por nove minutos, enquanto estava desarmado e algemado. Floyd foi preso por supostamente usar uma nota falsa em uma loja de conveniência, de acordo com a polícia. O caso escancarou o problema do racismo nos Estados Unidos e o abuso policial com pessoas negras, gerando uma onda de protestos em plena pandemia e dando força ao movimento ‘Black Lives Matter’.