Um dia depois de negar uma proposta de cessar-fogo com a milícia libanesa Hezbollah negociada por Estados Unidos, França e um grupo de países, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira, 27, que irá discutir o assunto “nos próximos dias”.
“Nossas equipes se reuniram (na quinta-feira) para discutir a iniciativa dos EUA e como podemos avançar no objetivo comum de devolver as pessoas com segurança às suas casas. Continuaremos essas discussões nos próximos dias”, disse Netanyahu em um comunicado.
O plano rejeitado inicialmente por Israel pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, havia expressado esperança sobre uma possível trégua no Líbano, onde centenas de milhares de pessoas já fugiram de suas casas no sul do país. Líderes mundiais, por sua vez, se preocupam que o conflito paralelo à guerra em Gaza está aumentando rapidamente. Mas os comentários do chanceler fecharam as portas de um acordo rápido.
Durante fala nesta semana na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, onde Netanyahu discursa nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, instou todas as partes a implementarem um acordo de cessar-fogo, afirmando que a escalada do conflito ameaçava a “existência” de seu país.
Após a rejeição da proposta de cessar-fogo, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA não teriam elaborado o plano se acreditassem que ele não seria recebido com seriedade. “Tínhamos todos os motivos para acreditar que, na elaboração e na entrega, os israelenses estavam totalmente informados e plenamente conscientes de cada palavra nele”, completou.
Perigo de uma guerra total
Israel lançou os ataques aéreos mais intensos contra o Líbano desde a guerra de 2006, contra o Hezbollah, na semana passada, matando mais de 600 pessoas. Foi o estopim de meses de trocas de disparos, desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro do ano passado, quando a milícia libanesa iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino.
Desde a semana passada, Hezbollah disparou centenas de mísseis contra alvos israelenses, incluindo, pela primeira vez, Tel Aviv. O sistema de defesa aérea de Israel, porém, interceptou a maioria dos foguetes.
Na quarta-feira, depois de convocar mais duas brigadas de reservistas à fronteira com o Líbano, o chefe do exército de Israel afirmou que os militares se preparavam para uma possível invasão terrestre ao país vizinho.