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‘Decisão dolorosa’: ONU anuncia planos para deixar o Afeganistão

Autoridades de direitos humanos suspenderão atividades em maio, caso o Talibã não afrouxe decreto que proíbe mulheres de trabalharem para a ONU

Por Da Redação
18 abr 2023, 16h16
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  • The United Nations Development Programme (UNDP) resident representative in Afghanistan, Abdallah Al Dardari (C) addresses a press conference in Kabul on April 18, 2023. - The number of Afghans in poverty nearly doubled to 34 million as the nation was racked by the collapse of the US-backed government and the Taliban takeover, the United Nations said. (Photo by Wakil KOHSAR / AFP)
    O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Afeganistão, Abdallah Al Dardari, discursa em coletiva de imprensa em Cabul. 18/04/2023 - (Wakil Kohsar/AFP)

    As Nações Unidas anunciaram nesta terça-feira, 18, planos para deixar o Afeganistão em maio, a não ser que o Talibã deixe mulheres locais trabalharem para a organização. O alerta ocorre depois que funcionários passaram meses negociando com líderes do grupo para abrir exceções ao decreto linha-dura.

    A saída das Nações Unidas de um país como o Afeganistão é especialmente preocupante, já que dois terços da população, ou 28 milhões de pessoas, precisam de assistência humanitária em 2023. O governo dos Estados Unidos e outros membros do G7 também ameaçaram cortar a ajuda.

    “Eu acho que não há outra maneira de dizer isso, é uma decisão dolorosa. Sem as Nações Unidas, milhões de meninas, meninos, pais e mães afegãos essencialmente não terão o suficiente para comer”, disse Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

    O Talibã se recusou a mudar sua posição, aparentemente por ordem de seu líder recluso, Hibatullah Akhundzada. O decreto do Talibã, além de proibir as mulheres de trabalhar para a organização internacional, também limita o acesso delas à educação.

    Atualmente, as mulheres representam cerca de um terço dos funcionários das agências de assistência humanitária contratadas localmente, e também são vistas como as mais vulneráveis a quaisquer reduções de ajuda.

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    Os 3.300 afegãos empregados pelas Nações Unidas – 2.700 homens e 600 mulheres – decidiram ficar em casa desde 12 de abril, quando o Talibã anunciou a proibição para as funcionárias femininas. A equipe internacional de 600 pessoas, incluindo 200 mulheres, não é afetada pelo decreto.

    “Todo o sistema das Nações Unidas precisa dar um passo atrás e reavaliar sua capacidade de operar [no Afeganistão]”, disse Steiner. “Mas não se trata de negociar princípios fundamentais, direitos humanos.”

    Quando as forças dos Estados Unidos deixaram o Afeganistão em 2021, após duas décadas de guerra, o Talibã prometeu um governo menos linha-dura do que na década de 1990, mas seu regime ficou progressivamente mais severo. Medidas como execuções públicas e restrições aos direitos das mulheres voltaram a ser realidade no país.

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    A retirada das Nações Unidas do Afeganistão pode afetar ainda mais a vida das mulheres e crianças locais. Um estudo da ONG International Crisis Group (ICG) revelou que mulheres e meninas frequentemente recebem a menor parcela de alimentos nas famílias afegãs e são mais vulneráveis à desnutrição e doenças.

    “Se [as Nações Unidas] partirem, atores internacionais podem ter dificuldade em voltar ao Afeganistão no futuro”, afirmou o relatório. “Reconstruir o nível de confiança que eles desfrutam atualmente depois de abandonar essas comunidades não seria uma tarefa fácil.”

    O momento atual no país, contudo, é de extrema dificuldade para as agências de ajuda e grupos humanitários, que têm se usado de um pequeno número de exceções que permitem que as mulheres trabalhem em circunstâncias específicas em saúde, educação e nutrição. Enquanto isso, altos funcionários das Nações Unidas tentam persuadir o Talibã a reverter seu decreto, ainda com poucos sinais de sucesso.

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