Colocada em frente ao touro de Wall Street, a estátua de uma menina em pose de desafio instalada em 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher, causou descontentamento no escultor italiano Arturo Di Modica, criador do touro de Wall Street, ponto turístico mais visitado em Nova York depois da estátua da liberdade.
“Eles estão tirando vantagem”, disse Di Modica em entrevista ao jornal Daily News. Segundo o artista, as pessoas estão “cometendo um erro” acreditando que a “garota destemida” é um símbolo do emponderamento feminino. “Meu touro é um símbolo da América. Meu touro é um símbolo de prosperidade e força. Eu fiz essa escultura para todo o povo americano. Não especificamente para homens, mulheres ou gays”, acrescentou.
A estátua foi instalada pelo fundo de investimento State Street Global Advisors com a permissão da prefeitura e se tornou tão popular que está circulando uma petição para que ela permaneça no local. A obra da escultora americana Kristen Visbal, deveria permanecer por uma semana, mas em 8 de março, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou que ela ficará até 2 de abril.
A menina enfrenta a estátua icônica do touro de Wall Street, batizada de Charging Bull, instalada em dezembro de 1989. A escultura foi produzida e financiada por Modica, que gastou 350 mil dólares (cerca de 1 milhão de reais) em seu touro de bronze de 3200 quilos.
O conselheiro e amigo de Arturo Di Modica, Arthur Piccolo, considerou que a colocação da estátua da menina foi “um tema excelente”, “fabuloso”, mas sustentou que trata-se, sobretudo, “de uma campanha de publicidade de uma grande empresa”, da qual a Prefeitura e a Secretaria de Parques e Jardins “não tiram nenhum benefício”.
A “menina destemida” foi colocada no local como parte de uma campanha que visa aumentar a diversidade de gênero no ambiente tradicionalmente masculino de Wall Street.
(Com agência AFP)