O número de casos confirmados de coronavírus no Peru atingiu os 20.914 nesta quinta-feira, 23. Em resposta ao aumento vertiginoso durante esta semana, em que o total dobrou em apenas nove dias, o presidente Martin Vizcarra estendeu a quarentena nacional por mais duas semanas, para o dia 10 de maio.
Os hospitais do país estão lutando para lidar com a demanda. Máscaras estão sendo reutilizadas repetidamente, médicos e enfermeiros realizam protestos para advocar pela própria segurança e os corredores das instalações estão ocupados por corpos de vítimas da Covid-19, doença causada pelo vírus.
Anteriormente, a previsão para o fim da quarentena era domingo, 26. Durante o período, o Exército e as forças policiais vigiaram as ruas das principais cidades para impedir a circulacão de pessoas. O Ministério da Saúde do Peru, porém, estima que o pico do surto ocorra, no máximo, até a semana que vem.
A crise causada pela pandemia deixou milhões de pessoas desempregadas no país. O governo anunciou um pacote de estímulo econômico no valor de 90 bilhões de soles (26,4 bilhões de dólares), cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB), para apoiar os cidadãos e o setor de mineração.
O Peru registrou seu primeiro caso de coronavírus no dia 6 de março, levando 25 dias para atingir 1.000 casos. Depois, para bater a marca dos 10.000, levou apenas 14 dias. Agora, nesta quinta-feira, os casos dobraram novamente.
A nação tem um total de 572 mortes e o segundo maior número de casos na América do Sul depois do Brasil, apesar das restrições severas, como proibição de que homens e mulheres saiam juntos nas ruas. Em 15 de março, o Peru anunciou que fecharia suas fronteiras e pediu aos cidadãos que fizessem auto-isolamento por 15 dias, quando tinha apenas 71 casos registrados de coronavírus. À época, bloqueio rigoroso prendeu centenas de turistas, inclusive brasileiros, no país.