Autoridades italianas informaram nesta terça-feira, 25, que uma mulher teve teste positivo para coronavírus na Sicília. Trata-se do primeiro caso ao sul de Roma, enquanto o país luta para impedir que o surto se espalhe das regiões onde surgiu primeiro, na Lombardia em Vêneto, ao norte da capital.
O governador regional da Sicília, Nello Musumeci, disse que uma turista de Bergamo, na Lombardia, foi hospitalizada na capital da ilha, Palermo, depois de ser diagnosticado com a doença e todos os que estavam viajando com ela foram colocados em quarentena.
O número de casos na Itália, o país europeu mais afetado, subiu para mais de 280 dos 229 na segunda-feira, com 40 novos casos relatados na Lombardia e nove novos no Vêneto. O número de mortes permaneceu inalterado em sete
Impacto na política
A emergência de saúde gerou ruído entre os partidos italianos, que entraram em colapso na segunda-feira depois que o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, sugeriu que a negligência em um hospital na Lombardia possa ter alimentado o surto.
Conte disse que o hospital não seguiu o protocolo correto o que “contribuiu para a disseminação [do vírus]”, acrescentando que pode considerar retirar alguns dos poderes que as regiões tinham sobre a política de saúde.
O partido da direita da Liga da oposição, que administra a Lombardia e o Vêneto, reagiu furiosamente.
O líder da Câmara, Riccardo Molinari, disse que as palavras de Conte eram “quase fascistas”, enquanto o porta-voz da Liga, Claudio Borghi, considerou o primeiro-ministro “uma desgraça para o país”.
O governador da Lombardia, Attilio Fontana, acusou Conte de uma “estratégia de desespero … provavelmente tentando atacar os outros para distrair a atenção [de si mesmo]”.
Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da União Europeia devem se reunir em Roma nesta terça-feira para discutir a crise, que começou na China e agora se espalhou para quase 30 outras regiões.
(com Reuters)