O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reforçou o posicionamento do governo federal sobre a importância de preservar as empresas e a economia brasileira, como um todo, mesmo diante das ameaças da pandemia de coronavírus. O chanceler participou nesta quarta-feira, 1, da entrevista coletiva liderada pelo seu colega da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas já havia passado o mesmo recado pouco antes pelo Twitter.
“Participei hoje de telereunião dos ministros de comércio do G20, que revelou uma grande convergência de todos em torno do objetivo de ‘proteger a vida humana e lançar as bases para uma forte recuperação econômica'”, escreveu o ministro na rede social.
O aspecto sanitário é o principal ponto da declaração dos Ministros de Comércio e Investimento do G20. No texto publicado pelo grupo ao final do encontro virtual, o foco é o fornecimento de suprimentos médicos.
“Apoiaremos a disponibilidade de suprimentos médicos e farmacêuticos essenciais e o acesso a eles a um preço acessível, de forma equitativa, onde forem mais necessários e da forma mais rápida possível, inclusive estimulando a produção adicional por meio de incentivos e investimentos direcionados, de acordo com as circunstâncias nacionais”, declarou o G20, o grupo das maiores economias do mundo, do qual o Brasil faz parte. O pronunciamento também menciona apoio a micro, pequenas e médias empresas.
ASSINE VEJA
Clique e AssineErnesto Araújo, porém, enfatizou o aspecto econômico das consequências da pandemia, dizendo que os líderes do G20 confirmam “que a frente econômica – preservação de empregos – é tão importante quanto a frente da saúde no combate ao coronavírus e seus efeitos”.
Anteriormente, o ministro havia tuitado que “o G20 se orienta na mesma direção defendida pelo PR”, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Contudo, Bolsonaro repetidamente criticou o isolamento, medida sanitária para evitar a disseminação do coronavírus adotada por muitos dos países que integram o grupo. No domingo 29, o presidente tuitou que as prioridades do grupo para combater a Covid-19 eram, além de “proteger vidas”, “salvaguardar os empregos, restaurar a confiança e minimizar interrupções no comércio”, e saiu do Alvorada para cumprimentar trabalhadores informais de Brasília.
Repatriações
O Itamaraty tem coordenado operações de repatriação de brasileiros ilhados em outros países devido ao fechamento de fronteiras para conter o coronavírus. Nesta quarta-feira, 1, o ministro Ernesto Araújo afirmou que 194 brasileiros que estavam no Equador retornaram ao país na noite anterior por meio de um voo fretado pelo Itamaraty. O chanceler informou que 10.000 brasileiros já foram resgatados do exterior e que ainda faltam 5.800. Destacou ser essa sua prioridade.
“O MRE [Ministério das Relações Exteriores] continua inteiramente empenhado na repatriação de todos brasileiros retidos no exterior. Novos voos virão”, disse o ministro, sem dar mais detalhes.
Na segunda-feira 28, ele havia declarado que fez um telefonema ao Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, para discutir a repatriação de cidadãos brasileiros no país. Segundo Ernesto, os dois acordaram cooperar “nos diferentes aspectos do enfrentamento à Covid-19, inclusive na repatriação de brasileiros e britânicos”.