A Coreia do Sul e os Estados Unidos responderam ao lançamento de oito mísseis da Coreia do Norte no domingo, 5, disparando mais oito em águas da península coreana na manhã desta segunda-feira, 6.
Sete foram disparados pela Coreia do Sul e um pelos EUA, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. O órgão sul-coreano chamou o teste da nação vizinha de “séria provocação que prejudica a paz e a estabilidade não apenas da península coreana, mas também a comunidade internacional”.
Incluindo o lançamento desta segunda-feira, Seul e Washington já responderam a testes de Pyongyang três vezes neste ano, após um hiato desde 2017. De ambos os lados, os lançamentos de mísseis são vistos como uma demonstração de força e não visam alvos específicos e, normalmente, os mísseis são jogados ao mar.
Os mísseis balísticos de curto alcance da Coreia do Norte, disparados em direção ao mar ao largo da sua costa oriental no domingo, foram provavelmente o seu maior teste único e vieram um dia depois de a Coreia do Sul e os Estados Unidos terem terminado os exercícios militares conjuntos.
A troca de mísseis ocorre no momento em que crescem as preocupações com de um possível teste nuclear da da Coreia do Norte, que já realizou neste ano 16 testes de mísseis. Um deles, de um míssil balístico intercontinental que segundo analistas teria capacidade de atingir a costa oeste dos EUA, aconteceu no final de março, horas antes do início do encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Sob temores de ataques do vizinho, o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, empossado no mês passado, afirmou que pretende adotar uma postura mais dura do que seu antecessor, Moon Jae-in, em relação à Coreia do Norte.
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Embora em dezembro passado as Coreias do Norte e Sul, juntamente com Estados Unidos e China, tenham concordado inicialmente em declarar o fim da Guerra da Coreia, quase 70 anos depois do término dos conflitos, tensões ainda são altas.
Além dos testes recentes, o país governado por Kim também está expandindo seu arsenal de mísseis com capacidade de alcance à Coreia do Sul, que abriga cerca de 28.500 soldados dos EUA. O líder norte-coreano alertou recentemente que usaria proativamente armas nucleares se ameaçada ou provocada, sugerindo uma escalada em sua doutrina nuclear.
Dentro deste cenário, o chefe de Estado sul-coreano disse que deseja fortalecer os laços com Washington enquanto aprimora as capacidades de ataque e defesa de mísseis de seu país.
Analistas do Instituto de Pesquisa para Estratégia Nacional da Coreia do Sul afirmam que Jong-un também buscará uma declaração robusta de Biden reafirmando o compromisso dos EUA de fornecer “dissuasão estendida” à Coreia do Sul e uma promessa de defender seu aliado com toda a sua gama de capacidades militares, incluindo armas nucleares, em caso de guerra com a Coreia do Norte.