A Coreia do Norte testou um novo drone de ataque submarino com capacidade nuclear, informou sua mídia estatal nesta sexta-feira, 24. O teste aconteceu depois que o líder Kim Jong-un disse que os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos deveriam cessar.
Segundo a agência de notícias KCNA, o teste ocorreu na quinta-feira 23. O novo drone norte-coreano navegou debaixo d’água a uma profundidade de 80 a 150 metros por mais de 59 horas, detonando uma carga não nuclear próximo a costa leste do país.
Apelidado de “Haeil”, ou Tsunami, o novo sistema de drones tem como objetivo fazer ataques em águas inimigas e destruir equipamentos de ataque naval nos principais portos operacionais, criando uma grande onda radioativa por meio de uma explosão subaquática.
“Este drone de ataque subaquático nuclear pode ser implantado em qualquer costa e porto ou rebocado por um navio de superfície para operação”, disse a KCNA.
A nova arma norte-coreana se assemelha aos torpedos nucleares Poseidon da Rússia, uma nova categoria de arma de retaliação que cria explosões radioativas em áreas costeiras. Autoridades americanas acreditam que, caso o comunicado de Pyongyang seja verdade, há indicações de um teste nuclear.
Caso a Coreia do Norte retome os testes nucleares, um dos principais objetivos seria o aperfeiçoamento dessa categoria de ogivas.
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A KCNA chegou a divulgar uma foto de Kim sorrindo ao lado de um grande objeto em forma de torpedo, mas não o identificou como o novo drone. Outras fotos mostraram rastros da trajetória subaquática do objeto e explosões visíveis na superfície do mar.
Além disso, na quarta-feira 22, a Coreia do Norte disse que disparou mísseis de cruzeiro para praticar ataques nucleares táticos. As armas foram descritas como “ogivas de teste simulando uma ogiva nuclear” e voaram por uma distância de 1.500 a 1.800 quilômetros.
Os testes realizados pela Coreia do Norte são vistos como uma exibição de poderio nuclear, cada vez mais diversificado, a Washington e Seul. No entanto, nada indica que as armas estão prontas para serem implantadas.
Em resposta, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, disse que vai garantir que a Coreia do Norte pague por suas “provocações imprudentes”, durante uma homenagem aos militares mortos em confronto com a vizinha do norte.
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Os testes norte-coreanos mais recentes ocorreram em resposta a um dos maiores exercícios conjuntos de militares sul-coreanos e americanos, realizados na segunda-feira 20. Segundo a Coreia do Norte, esses exercícios são uma preparação para invadir seu território, portanto seu exército precisa “se preparar para uma guerra total e reforçar o poder nuclear”.
Seul e Washington afirmam que os exercícios são puramente defensivos e criticam os testes do Norte como desestabilizadores da região e uma violação das sanções das Nações Unidas.