A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira que o último projétil lançado pelas suas forças é um novo modelo do míssil balístico intercontinental (ICBM) batizado Hwasong-15, que é capaz de alcançar “todo o território dos Estados Unidos“.
Como o regime costuma fazer, a veterana apresentadora Ri Chun Hee anunciou na televisão estatal o “bem-sucedido” lançamento que “Kim Jong-un autorizou e testemunhou pessoalmente”. Ri detalhou que o míssil voou 950 quilômetros e alcançou a altura de 4.475 quilômetros. As informações foram confirmadas por Seul, Washington e Tóquio.
O físico David Wright, da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou ao jornal The New York Times que o míssil lançado nesta quarta realmente teve um desempenho superior aos disparos anteriores. Segundo a análise de Wrigh, o projétil poderia ter alcançado até 12.900 quilômetros, ou seja, poderia chegar até a capital Washington D.C. ou qualquer outra cidade dos Estados Unidos.
Porém, segundo o físico, os norte-coreanos provavelmente adicionaram uma carga leve ao míssil, o que significa que não poderia ser classificado como balístico intercontinental. Wright também é cético quanto à capacidade do projétil em carregar uma ogiva nuclear.
O novo lançamento de Pyongyang, depois de dois meses sem disparos, abala os esforços diplomáticos do presidente americano, Donald Trump, em sua recente viagem pela Ásia que, segundo ele, tinha como objetivo “unir o mundo contra a ameaça do regime norte-coreano”.
O novo disparo levou Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul a solicitarem uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A reunião acontecerá nesta quarta-feira às 16h30 do horário americano (19h30 de Brasília).
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, exortou Pyongyang a “desistir de tomar qualquer possível passo desestabilizador no futuro”. Guterres qualificou o teste como uma “clara violação das resoluções do Conselho de Segurança” e que “revela a completa falta de respeito pela visão conjunta da comunidade internacional”.
O míssil foi disparado na madrugada de quarta-feira (horário local) de Sain-ni, perto de Pyongyang. Segundo o Pentágono, o míssil balístico intercontinental (ICBM) teria voado 1.000 quilômetros antes de cair no Mar do Japão.
(Com EFE e AFP)