Coreia do Norte dispara míssil balístico em direção ao Japão
Foguete percorreu 1 mil km, segundo Pyongyang; lançamento ocorre após regime de Kim Jong-un ameaçar derrubar supostos aviões espiões dos EUA
A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de sua costa leste em direção ao Japão nesta quarta-feira, 12, após o regime de Kim Jong-un emitir uma série de ameaças de retaliação por detectar supostos aviões espiões dos Estados Unidos em seu espaço aéreo.
O míssil voou cerca de 1 mil km antes de cair na água, segundo o exército da Coreia do Sul. O secretário-chefe do gabinete do Japão disse que o projétil caiu a cerca de 250 km da ilha de Okushiri, no extremo norte do Japão, após um voo de 74 minutos que atingiu uma altitude de mais de 6 mil km.
O lançamento ocorreu enquanto o principal general dos Estados Unidos, Mark Milley, fazia uma reunião com militares sul-coreanos e japoneses no Havaí. No entanto, avaliações de ambos os aliados de Washington disseram que o míssil foi lançado em um ângulo alto, em aparente tentativa de evitar os países vizinhos.
Washington tem pressionado seus aliados no Pacífico a combaterem melhor as crescentes ameaças da China e da Coreia do Norte. Contudo, Seul e Tóquio têm relações tensas, por causa de disputas que datam da ocupação japonesa da Coreia (1910-1945).
Especialistas disseram que o míssil testado pela Coreia do Norte provavelmente era o Hwasong-18 ICBM móvel, um tipo de arma de combustível sólido que é mais difícil de detectar e interceptar do que outros mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) de combustível líquido. Anteriormente, Kim disse que essa era sua arma nuclear mais poderosa.
Este é o 12º teste de míssil da Coreia do Norte este ano, e ocorre depois que a nação criticou, na véspera, as atividades militares dos Estados Unidos, acusando aviões espiões americanos de violar seu espaço aéreo. Recentemente, o regime também condenou uma recente passagem de um submarino americano com mísseis de cruzeiro movido a energia nuclear à Coreia do Sul.
Kim Yo-jong, a influente irmã de Kim Jong-un, ameaçou na segunda-feira 10 que haveria consequências “chocantes” para a atividade dos Estados Unidos na região. Segundo ela, a aeronave de vigilância teria sobrevoado a zona econômica exclusiva do leste da Coreia do Norte oito vezes em um dia.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul rejeitaram as acusações da Coreia do Norte e pediram que ela se abstenha de qualquer ato ou retórica que aumente as tensões.