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Coreia do Norte convida papa Francisco a visitar o país

Presidente sul-coreano entregará convite oficial de Kim Jong-un na semana que vem; Coreia do Norte e Vaticano não mantêm relações diplomáticas

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 9 out 2018, 09h33
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  • O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convidou o papa Francisco para visitar Pyongyang, um gesto concebido para enfatizar os esforços de paz na península coreana, disse o gabinete presidencial da Coreia do Sul nesta terça-feira, 9.

    A Coreia do Norte e o Vaticano não têm relações diplomáticas formais. O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, entregará o convite de Kim quando se encontrar com Francisco na semana que vem, durante uma viagem à Europa, disse o porta-voz da Casa Azul sul-coreana, Kim Eui-kyeom.

    “O presidente Moon visitará o Vaticano nos dias 17 e 18 de outubro para reafirmar a bênção e o apoio deste à paz e à estabilidade na península coreana”, disse o porta-voz em um boletim à imprensa.

    “Especialmente quando ele se reunir com o papa Francisco, ele transmitirá a mensagem do presidente Kim de que o acolherá ardentemente se ele visitar Pyongyang”.

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    Kim falou a Moon sobre seu desejo de conhecer o papa durante a cúpula do mês passado entre os dois líderes, acrescentou o porta-voz, sem detalhar o cronograma. O pontífice já disse que quer visitar o Japão no ano que vem.

    O Vaticano afirmou em um comunicado que o papa receberá Moon ao meio-dia em 17 de outubro.

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    Um dia antes, na Basílica de São Pedro, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e segundo em comando de Francisco, rezará uma “Missa pela Paz” na península coreana. Moon assistirá à celebração, informou o Vaticano.

    Perseguição religiosa

    A Constituição norte-coreana garante a liberdade religiosa, contanto que ela não mine o Estado. Porém, na prática, além de alguns poucos locais de culto sob controle estatal, não se permite nenhuma atividade religiosa explícita.

    Na nação mais fechada do mundo, religiões ocidentais são vistas como hostis e se espera que os cidadãos adorem somente a família Kim, que governa o pa��s desde sua fundação, em 1948. Por esse motivo, fiéis escondem suas crenças até mesmo da própria família temendo ser presos e enviados para campos de trabalhos forçados.

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    No começo do século XX, antes da divisão da península, Pyongyang era um importante centro religioso, com numerosas igrejas e uma comunidade cristã que era chamada de “Jerusalém da Ásia”.

    No entanto, o fundador do regime e avô do atual líder, Kim Il-sung, considerava a religião cristã uma ameaça contra seu reino autoritário e a erradicou com execuções e trabalhos forçados nos campos.

    Pesquisas indicam que, atualmente, os cristãos na Coreia do Norte são os mais perseguidos em todo o mundo.

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    Esforço de aproximação

    O convite ao papa é o primeiro de um líder da Coreia do Norte desde 2000. Embora o encontro anterior, proposto pelo pai de Kim, Kim Jon-il, jamais tenha se materializado, o plano para uma visita de Francisco é a iniciativa diplomática mais recente de Pyongyang neste ano.

    Em sua visita à Coreia do Sul em 2014, o papa Francisco fez uma missa especial em Seul dedicada à reunificação coreana.

    Kim também realizou uma cúpula inédita com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura em junho e prometeu trabalhar para a desnuclearização da península coreana.

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    Embora as ações de Kim desde então tenham ficado aquém das exigências de Washington, o governo Trump está se preparando para uma segunda cúpula.

    Reconciliação com a China

    No fim do mês de setembro, o Vaticano e o Partido Comunista da China fecharam um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, principal motivo de conflito entre ambas as partes. Trata-se de um compromisso histórico entre dois Estados, que não tinham relações diplomáticas desde 1951.

    O pacto dá à Igreja chinesa voz decisiva na nomeação de bispos na China, permitindo indiretamente que o Partido escolha os religiosos que controlarão a instituição.

    Os cerca de 12 milhões de católicos do país estão divididos entre uma igreja clandestina que até agora se dizia leal ao Vaticano e a Associação Patriótica Católica, supervisionada pelo Estado.

    (Com Reuters e AFP)

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