A Coreia do Norte criticou o governo dos Estados Unidos pela ampliação de sanções contra o regime e advertiu que esta política poderia “bloquear o caminho da desnuclearização da Península Coreana para sempre”.
A provocativa resposta de Pyongyang veio após Washington anunciar a introdução de novas sanções contra três autoridades norte-coreanas, incluindo um importante assessor de Kim Jong-un, por supostos abusos contra os direitos humanos.
A desnuclearização da Coreia do Norte teve pouco progresso desde que Kim e o presidente americano Donald Trump se encontraram em Singapura em junho. Os dois lados ainda precisam reagendar conversas entre o secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo e o oficial norte-coreano Kim Yong Chol, que foram canceladas abruptamente em novembro.
No comunicado divulgado nesta segunda-feira, 17, Pyongyang elogia os esforços de Trump para melhorar as relações entre as nações, mas acusa o Departamento de Estado americano de estar “pronto a levar a relação entre Coreia do Norte e EUA de volta ao ‘status do ano passado’, quando era marcada por trocas de fogo.”
No comunicado, o diretor de pesquisas políticas do Institute for American Studies do ministério das Relações Exteriores acusa os Estados Unidos de “provocação deliberada” ao determinar as sanções.
Se Washington acredita que a política de aumento das sanções e pressão forçaria o Norte a abandonar suas armas nucleares, “isto será um importante erro de cálculo e bloqueará o caminho da desnuclearização da Península Coreana para sempre”, completa a nota.
A administração Trump anunciou que vai apreender qualquer ativo dos três oficiais afetados pelas sanções americanas, por seu papel na limitação da liberdade de expressão.
As restrições provavelmente terão pouco impacto para os funcionários de um dos países mais fechados do mundo, mas terão uma clara força simbólica, pois a Coreia do Norte busca uma aceitação maior por parte do governo dos Estados Unidos.
Entre os alvos das sanções anunciadas pelos Estados Unidos está Choe Ryong Hae, que já foi considerado o braço direito de Kim Jong-un.
(Com Reuters e AFP)