O presidente da França, Emmanuel Macron declarou nesta quinta-feira, 17, três dias antes do início da Copa do Mundo de 2022 no Catar, que manifestações políticas devem ser evitadas durante o torneio.
Em entrevista coletiva após a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em Bangcoc, o líder francês afirmou que “o esporte não deve ser politizado” e que críticas sobre o histórico do Catar de violações aos direitos humanos deveriam ter sido feitas no momento da escolha do anfitrião do mundial.
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“Esse questionamento deve ser feito durante a decisão sobre a sede do evento, seja Copa do Mundo ou Olimpíadas”, disse. “Não é necessário contestar essa escolha na hora do evento”, insistiu.
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Macron, que viajou para a Rússia em 2018 para ver a seleção francesa conquistar seu segundo título da Copa do Mundo, também refletiu sobre seu país sediar os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris.
“A vocação destes grandes eventos é permitir que atletas de todos os países, inclusive países em guerra, encontrem, através do esporte, formas de discutir onde as pessoas não têm voz”, afirmou.
O principal torneio de seleções de futebol do mundo, que começa em 20 de novembro, está cercado de polêmicas desde que foi anunciado que o Catar seria o país anfitrião, há 12 anos.
Além das críticas sobre leis que criminalizam a homossexualidade, o tratamento hostil à comunidade LGBTQIA+ e denúncias sobre violações de direitos humanos, o país está sendo acusado de crimes cometidos contra operários que trabalharam na construção de estádios da Copa.
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O ex-presidente da FIFA Joseph Blatter, que liderava a organização quando o Catar recebeu os direitos de hospedagem do torneio, disse recentemente ao jornal suíço Tages Anzeiger que “o Catar é um erro”, acrescentando que “a escolha foi ruim”.
No entanto, no início do mês, o atual líder da federação, Gianni Infantino, enviou uma carta às 32 seleções que disputarão o título pedindo que as equipes evitem discussões políticas durante os jogos.
Meses antes do evento, algumas seleções europeias anunciaram uma manifestação conjunta através da campanha “One Love”, que promove a igualdade e a diversidade sexual. O movimento tinha como proposta o uso de uma braçadeira com as cores do arco-íris pelos capitães das equipes.
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O capitão da França, Hugo Lloris, disse no início desta semana que não se juntaria à campanha anti-discriminação, argumentando que “deve-se mostrar respeito” ao país anfitrião.
Paralelamente, o time de futebol dinamarquês masculino foi proibido de usar camisetas de treinamento com os dizeres “Direitos humanos para todos”, revelou o chefe da Federação Dinamarquesa de Futebol, Jakob Jensen, na semana passada.