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Confronto entre Índia e China em região fronteiriça deixa três mortos

Esta foi primeira disputa entre os dois gigantes asiáticos que resultou em mortes nos últimos 45 anos; países negociaram e haviam iniciado desmilitarização

Por Da Redação
Atualizado em 16 jun 2020, 11h25 - Publicado em 16 jun 2020, 11h16
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  • Ao menos três militares indianos morreram nesta terça-feira, 16, em um confronto com o Exército chinês na disputada fronteira entre os dois países, o primeiro confronto com vítimas fatais entre os dois gigantes asiáticos nos últimos 45 anos.

    A China acusou a Índia de responsabilidade pelo incidente. Segundo Pequim, os soldados indianos atravessaram duas vezes a fronteira. O governo chinês, porém, não anunciou publicamente se o confronto deixou mortos do seu lado.

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    Um militar indiano na região afirmou que não aconteceu uma troca de tiros. “Nenhuma arma de fogo foi utilizada. Aconteceram combates corpo a corpo violentos”, disse a fonte, que pediu anonimato porque não está autorizada a falar com a imprensa.

    As tropas das duas potências nucleares se envolveram desde o início de maio em vários confrontos ao longo da fronteira comum, principalmente em Ladakh, e milhares de soldados foram enviados à região para reforçar a presença dos dois lados. Uma crise que as duas partes afirmam, no entanto, querer “resolver pacificamente” pela via diplomática.

    Após as negociações entre generais dos dois exércitos há 10 dias, um processo de desmilitarização teve início em alguns pontos disputados na altitude de Ladakh. “Durante o processo de desescalada em curso no vale de Galwan aconteceu um confronto violento à noite, que provocou vítimas entre as duas partes”, declarou nesta terça-feira um porta-voz do exército indiano, antes de lamentar a morte de um oficial e de dois soldados do lado da Índia.

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    O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que as  tropas indianas atravessaram a fronteira e “provocaram e atacaram os chineses, o que gerou um grave confronto grave”.

    Autoridades indianas e chinesas voltaram a se encontrar após o incidente, para acalmar a situação. “China e Índia concordam em seguir resolvendo os problemas bilaterais por meio do diálogo”, disse o porta-voz chinês. “Pedimos novamente à Índia que controle suas tropas na fronteira. Não atravessem a fronteira, não provoquem problemas”, insistiu Zhao Lijian.

    Confrontos

    Desde o início de maio, as tensões entre os dois países aumentaram ao longo da fronteira comum de 3.500 km, que nunca foi devidamente delimitada. Combates, com socos, pedras e paus, envolveram militares dos dois países na região de Sikkim (leste da Índia).

    Os confrontos deixaram vários feridos. As tropas chinesas também avançaram em zonas que a Índia considera dentro de seu território em Ladakh, o que levou Nova Délhi a enviar reforços à região.

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    As tensões entre os dois países aumentaram nas últimas semanas ao longo da fronteira comum de 3.500 quilômetros, que nunca foi devidamente delimitada.

    O conflito

    A história da China e da Índia é caracterizada por várias disputas territoriais que resultaram em três conflitos militares: em 1962, 1967 e 1987. Apesar de as duas potências asiáticas terem conseguido restaurar e ampliar laços diplomáticos e econômicos, elas mantêm uma relação que parece cada vez mais complicada.

    China e Índia estão separadas pela cordilheira do Himalaia e compartilham fronteiras com Nepal e Butão. Ao longo da fronteira há dois territórios em disputa.

    Na região de Ladakh, está Aksai Chin, região administrada pela China. Em seus mapas, o governo do Paquistão mostra Aksai Chin como uma região dentro da China e cataloga seus limites como “fronteira não definida”. A Índia, por sua vez, diz que a área está ilegalmente ocupada pela China.

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    Os dois países também disputam grande parte de Arunachal Pradesh, região localizada no noroeste da Índia. A China reivindica o controle sobre esse território porque o considera parte da região autônoma do Tibete.

    Os dois países se enfrentaram em uma guerra relâmpago em 1962. Os confrontos em zonas montanhosas entre os exércitos indiano e chinês se tornaram mais frequentes nos últimos anos. Em 2017 aconteceram 72 dias de confrontos, depois que forças chinesas avançaram na área disputada de Doklam, na fronteira entre China, Índia e Butão.

    Após estes confrontos, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente chinês Xi Jinping tentaram reduzir a tensão. No mês passado, Alice Wells, principal funcionária do Departamento de Estado americano para o sul da Ásia, afirmou que a China estava tentando mudar o balanço regional e era necessário “resistir”.

    (Com AFP)

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