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Combates entre rebeldes e coalizão deixam mais de 100 mortos no Iêmen

Arábia Saudita perde apoio dos EUA e do Reino Unido, mas insiste no controle da principal cidade portuária do país

Por Da Redação
Atualizado em 12 nov 2018, 15h49 - Publicado em 12 nov 2018, 15h02
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  • Mais de 100 pessoas morreram nas últimas 24 horas em combates na cidade portuária de Hodeidad, oeste do Iêmen. As forças pró-governo, apoiadas pela Arábia Saudita, tentam romper a resistência dos rebeldes huthis neste principal ponto de entrada das importações do país em guerra.

    Ao menos 111 rebeldes, 32 combatentes pró-governo e sete civis morreram nos confrontos, que também atingiram bairros residenciais desde que os combates começaram, neste domingo (11).

    Segundo uma fonte da coalizão, os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, frearam uma ofensiva em direção ao porto da cidade. Aviões da coalizão bombardearam posições rebeldes.

    Vários corpos carbonizados foram levados durante a noite para o hospital militar Al-Alfi, controlado pelos rebeldes desde 2014. Diante da grande violência, os huthis também começaram a transportar seus feridos para a capital, Sanaa, que está sob seu controle há quatro anos.

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    Hodeidad, cidade iemenita às margens do Mar Vermelho, tem importância estratégica porque é o ponto de entrada de 75% das importações e da ajuda humanitária internacional que chega ao país em guerra. Para esta cidade convergem pessoas de todo país, em busca de alimentos e de assistência médica.

    A ofensiva contra Hodeidad, respaldada militarmente por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, começou em junho, mas ganhou força em novembro. De acordo com fontes militares e médicas, 460 rebeldes, 125 combatentes leais ao governo e sete civis morreram desde então.

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    A Arábia Saudita, muito criticada por seus repetidos erros nos bombardeios, que deixaram centenas de vítimas civis desde 2015, está enfraquecida desde o caso Jamal Khashoggi, o jornalista assassinado em 2 de outubro no consulado saudita de Istambul.

    Estados Unidos e Inglaterra aumentaram nos últimos dias a pressão sobre a Arábia Saudita. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, afirmaram que chegou o momento de negociar o fim dos combates no Iêmen.

    No domingo, 11, durante uma conversa por telefone com o príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salman, também ministro da Defesa de seu país, Pompeo pediu explicitamente “o fim das hostilidades” e que todas as partes negociem uma “solução pacífica do conflito”.

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    Até agora, o reabastecimento em voo dos aviões da coalizão saudita no Iêmen era feito pelas forças dos Estados Unidos. Pressionado pelo Congresso, contudo, o governo americano decidiu interromper a prática.

    Hunt citou o custo humano “incalculável” do conflito e defendeu a necessidade de uma solução “política”. O ministro britânico é favorável a uma nova ação do Conselho de Segurança para apoiar os esforços do mediador da ONU no Iêmen, Martin Griffiths, que deseja organizar uma nova rodada de negociações até o fim do ano.

    “Situação catastrófica”

    Os huthis posicionaram franco-atiradores nos telhados e espalharam minas para conter o avanço da ofensiva em Hodeidad. Ao mesmo tempo, os aviões e helicópteros da coalizão bombardeiam regularmente suas posições.

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    O hospital de Al Zaura, o principal da cidade, foi fechado, e seus pacientes tiveram de fugir diante dos combates. “Todos os pacientes fugiram na tarde de ontem por causa da proximidade dos enfrentamentos”, disse um enfermeiro do hospital, que pediu anonimato.

    A fonte acrescentou que “todas as unidades do hospital estão fechadas”, mas detalhou que uma paciente, que “está prestes a dar à luz”, permanece no centro, além de quatro médicos para receber os casos mais urgentes.

    O porto, na zona norte da cidade, permanece aberto e opera normalmente, de acordo com a direção.

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    Hervé Verhoosel, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), afirmou que, até o momento, os combates não afetaram a chegada de navios, incluindo os depósitos de mais 50.000 toneladas de trigo.

    O Iêmen sofre a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU, com 14 milhões de pessoas à beira da fome. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu que a eventual destruição do porto “poderia provocar uma situação absolutamente catastrófica”.

    “As hostilidades devem cessar e, no momento, a coalizão parece determinada a conquistar Hodeidad”, lamentou Guterres em uma entrevista a uma rádio francesa.

    (Com AFP e EFE)

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