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Com risco de uma segunda onda de casos, Europa se aproxima da reabertura

Registros de novos infectados em Seul e Wuhan, onde o surto estava controlado, acendem sinal vermelho em autoridades de todo o mundo

Por Da Redação Atualizado em 10 Maio 2020, 16h42 - Publicado em 10 Maio 2020, 12h20
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  • Vários países europeus, como França e Espanha, vivem neste domingo, 10, o último dia de confinamento, entre alegria e medo de uma segunda onda de contágios do novo coronavírus, que deixou quase 280.000 mortos no mundo, mais de 10.000 deles no Brasil.

    Na França e na Espanha, que figuram entre os países mais afetados pela Covid-19, milhões de pessoas devem recuperar uma tímida normalidade, como já aconteceu na Itália e Alemanha.

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    Quarentena em descompasso Falta de consenso entre as autoridades e comportamento de risco da população transforma o isolamento numa bagunça. Leia nesta edição ()
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    Quase cinco meses depois de seu surgimento na China, no fim de de 2019, a pandemia que deixou mais da metade da humanidade em confinamento e paralisou a economia mundial parece estar sob controle em vários países, apesar da propagação em outras regiões, em particular as Américas.

    O fantasma de uma segunda onda, no entanto, e talvez até uma terceira, mencionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), está presente.

    A Coreia do Sul, considerada um modelo na gestão da crise, é um exemplo: depois de conter a propagação do vírus e flexibilizar as restrições, a prefeitura de Seul se viu forçada no sábado a fechar todos os bares e clubes ante um novo e evidente aumento dos casos de Covid-19.

    A China registrou o primeiro caso em mais de um mês na cidade de Wuhan, berço da SARS-CoV-2.

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    Sinais de alerta

    O presidente sul-coreano Moon Jae-in declarou neste domingo que os novos casos de contaminação “estabeleceram a consciência de que mesmo durante a fase de estabilização, situações similares podem surgir novamente a qualquer momento”. “Isto não vai terminar até que realmente chegue ao fim”, disse Moon.

    Na Alemanha, outro país considerado exemplar durante a crise, o teto estabelecido de 50 novos contágios para cada 100.000 habitantes está sendo superado em três regiões.

    O país, que retomará o campeonato de futebol nos próximos dias com portões fechados, permitiu a reabertura de bares e restaurantes no sábado no estado de Mecklembur-Pomerania, às margens do mar Báltico.

    Mas nada voltará a ser como antes. “Nossos funcionários precisam usar máscara e nossos clientes respeitar a distância social”, disse Thomas Hildebrand, dono de restaurante em Schwerin.

    A partir de segunda-feira, a Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 26.600 vítimas fatais, metade dos 47 milhões de habitantes entram na fase 1 do período de relaxamento da quarentena, que permitirá reuniões com grupos de até 10 pessoas, a permanência em terraços com presença limitada ou a visita a lojas sem a necessidade de agendamento.

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    As zonas mais atingidas, como Madri e Barcelona, terão que aguardar uma situação melhor para entrar nesta etapa, entre apelos à “prudência” do primeiro-ministro Pedro Sánchez, para quem o vírus segue “à espreita”.

    Na França, o isolamento começará a ser relaxado também por regiões, denominadas “verdes” ou “vermelhas”. Em Paris, as autoridades pedem máximo rigor para respeitar as regras de saúde. Está prevista a reabertura parcial das escolas, uma medida que provoca preocupação entre as famílias.

    No Irã, o país do Oriente Médio mais afetado pelo coronavírus, com mais de 6.500 mortes, de acordo com o balanço oficial, também há uma flexibilização das restrições, mas o temor de uma nova onda de infecções está muito presente.

    Muitos moradores de Teerã aproveitaram a reabertura das lojas. Outros observavam com receio a falta de respeito às medidas de segurança.

    “A fila dos idiotas”, murmura Manouchehr, um comerciante, diante de uma longa fila em uma casa de câmbio no distrito de Sadeghieh, oeste da capital.

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    “Perder o controle e tropeçar”

    No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson apresentará neste domingo o dispositivo de desescalada progressiva no país, que, com mais de 31.500 mortos, é o mais afetado da Europa e o segundo do mundo depois dos Estados Unidos.

    Duramente criticado por seu relaxamento inicial e por decidir o confinamento mais tarde que seus grandes vizinhos europeus, Johnson, que chegou a ser internado na UTI depois ser infectado pela doença, se tornou um ferrenho defensor da prudência e da paciência.

    “Você tem muito poucas opções na subida, mas é na descida que você tem que assegurar que não corre muito rápido, perde o controle e tropeça”, disse o chefe de Governo ao jornal Sun On Sunday.

    O governo estuda a possibilidade de estabelecer uma quarentena de 14 dias para todas as pessoas que entram no país, exceto as procedentes da Irlanda.

    Nos Estados Unidos, que se aproxima de 80.000 vítimas fatais, o presidente Donald Trump, também muito criticado pela gestão da crise, observa o vírus se aproximar de sua equipe.

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    Katie Miller, porta-voz do vice-presidente Mike Pence, apresentou resultado positivo. E três altos funcionários da Saúde Pública, entre eles o epidemiologista Anthony Fauci, entraram em quarentena depois que tiveram contato com pessoas infectadas, de acordo com a imprensa.

    Os números também são galopantes na Rússia, que neste domingo superou 200.000 casos, com um elevado número diário de contágios que pode levar o país a tornar-se na próxima semana o país europeu mais afetado.

    Mais de quatro milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo pela Covid-19, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

    O Brasil superou no sábado a marca de 10.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde, e é o sexto país no mundo com o maior número de vítimas fatais. O Congresso e o Supremo Tribunal Federal declararam um período de luto oficial de três dias.

    Na América Latina e Caribe, a Covid-19 provocou quase 20.000 mortes, com 360.000 casos.

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    (com AFP)

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