Recep Tayyip Erdogan foi reeleito presidente da Turquia nas eleições que ocorreram neste domingo, 24. Com 97% das urnas apuradas, Erdogan tinha 52,5% dos votos, segundo a agência de notícias oficial local, Anadolu. Em segundo lugar estava o social-democrata Muharrem Ince, candidato do Partido Republicano do Povo (CHP), com 30,7%.
“O povo turco elegeu Erdogan como o primeiro presidente/presidente executivo da Turquia sob o novo sistema. O povo turco disse ‘em frente’ com o presidente Erdogan”, afirmou o porta-voz do governo turco, Bekir Bozdag, no Twitter.
A oposição, por sua vez, contesta o resultado da apuração alegando que foi manipulado e aponta que ao final Erdogan ficará abaixo dos 50%, o que levaria à realização do segundo turno no dia 8 de julho.
De fato, há acusações de que em eleições anteriores a Anadolu teria manipulado os resultados preliminares. Segundo o jornal britânico The Guardian, o objetivo é desencorajar os ativistas da oposição, de modo que eles abandonem seus postos de observação nas seções eleitorais.
As eleições presidenciais e legislativas na Turquia neste domingo foram, provavelmente, as mais importantes para o país neste século. Não decidiram apenas o mapa político para os próximos cinco anos, como também podem vir a definir uma mudança substancial na forma de governo.
Como esperava Erdogan, o país eliminará a figura do primeiro-ministro, e o poder será concentrado na figura do presidente.
O partido de Erdogan, Justiça e Desenvolvimento (AKP), governa o país desde 2002 e promete remodelar profundamente o sistema de governo para criar uma “nova Turquia”, que resgataria a glória dos tempos do Império Otomano. Esse novo sistema foi esboçado em reforma constitucional do ano passado, mas ainda não está plenamente em vigor.
As eleições estavam previstas para novembro de 2019, mas foram antecipadas por decisão de Erdogan em abril passado, pegando os opositores de surpresa.