As autoridades da Colômbia encontraram quatro corpos, dos quais três podem ser da equipe do jornal equatoriano El Comercio sequestrada e assassinada por dissidentes das Farc, informou na quinta-feira (22) o presidente Juan Manuel Santos.
A gangue que sequestrou os jornalistas era liderada por Walter Patricio Arizala, conhecido como “Guacho”.
“Fui informado de que encontramos corpos que podem corresponder aos dos três jornalistas sequestrados e assassinados pelo homem conhecido como ‘Guacho'”, escreveu Santos na sua conta do Twitter, onde acrescentou que as autoridades colombianas estão trabalhando para verificar as identidades.
Na mesma mensagem, o presidente colombiano reiterou suas condolências às famílias, assim como seu “repúdio por tão atroz crime”.
O Ministério da Defesa explicou que o processo legista terminará amanhã, em Cali, no sudoeste da Colômbia, e acrescentou que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) já foi informado. Essa entidade está em contato com as Presidências da Colômbia e do Equador e comunicou o achado desses corpos aos familiares.
A equipe do jornal El Comercio, composta pelo jornalista Javier Ortega, o fotógrafo Paúl Rivas e o motorista Efraín Segarra, foi sequestrada no último dia 26 de março em uma zona rural da paróquia de Mataje, no munícipio de San Lorenzo, na província de Esmeraldas, na fronteira com a Colômbia, para onde havia se deslocado para cobrir a insegurança crescente na região.
Pouco depois, o grupo dissidente de “Guacho”, denominado Frente Oliver Sinisterra, assumiu a autoria do sequestro e do posterior assassinato da equipe do jornal.
No dia 13 de abril, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, confirmou a morte dos três nas mãos desse grupo dissidente das Farc. Dias depois de se saber do assassinato da equipe jornalística, também foi confirmado que o grupo dissidente sequestrou um casal de comerciantes equatorianos na mesma região, uma área onde operam grupos armados ilegais e proliferam os cultivos de coca.
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinaram um acordo de paz em 24 de novembro de 2016 para terminar 52 anos de conflito. No entanto, alguns guerrilheiros se opuseram ao acordo e outros foram expulsos do grupo armado por não assumir as diretrizes da hierarquia das Farc.
Atualmente estas dissidências operam na região sul do país, assim como em Nariño, na fronteira com o Equador.
(Com EFE)