Os partidos da coalizão governista da Alemanha chegaram a um acordo nesta quinta-feira (5) sobre um pacote de medidas para lidar com imigrantes solicitantes de refúgio que já se registraram em outros Estados da União Europeia.
O acordo de duas páginas, alcançado após um breve encontro no histórico prédio do Reichstag, o Parlamento alemão, encerra uma disputa que havia ameaçado rasgar a “grande coalizão” da chanceler Angela Merkel apenas meses após tomar o poder.
O ministro do Interior, Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã (CSU) da Baviera, havia provocado a crise quando ameaçou desafiar os desejos de Merkel e rejeitar imigrantes na fronteira da Alemanha.
Agora, os partidos concordaram em acelerar o processo de deportação e retorno dos imigrantes que pedem refúgio na Alemanha, mas já estão registrados em outros países da UE.
O compromisso
O acordo determina que os imigrantes que chegarem à Alemanha após se registrarem em outros países terão sua documentação processada e serão enviados de volta aos seus países de origem em no máximo 48 horas.
O Partido Social-Democrata (SPD), envolvido no acordo, estava insatisfeito com uma medida específica do acordo preliminar elaborado nas últimas semanas: a instauração de “centros de trânsito” na fronteira com a Áustria, onde os imigrantes esperariam por seu retorno ao país europeu de chegada.
Contudo, Andrea Nahles, líder do SPD, e o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, também membro do SPD, destacaram que o compromisso final não envolve a criação de quaisquer centros de trânsito ou ação unilateral por parte da Alemanha.
Nahles disse à rede de televisão ZDF que o compromisso também não irá exigir quaisquer mudanças legais, e afirmou que cabe ao ministério de Seehofer – que supervisiona a polícia fronteiriça – acelerar o processo de concessão de refúgio.
Annegret Kramp-Karrenbauer, secretária-geral da União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, elogiou o acordo e disse que isto estabelece a base para uma abordagem mais unificada sobre imigração.
“Com isto, a coalizão inteira se comprometeu com a meta de ordenar, controlar e limitar imigração”, disse. “Este acordo torna possível que nossa política de imigração seja eficaz, que permaneça humana e que isto tenha sucesso”.
(Com Reuters)