Cientistas do órgão de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia, o Copernicus, declararam nesta quarta-feira, 8, que 2023 está no caminho para se tornar o ano mais quente da história. O comunicado do órgão também afirmou que o último mês foi o outubro mais quente desde o início dos registros, com a temperatura média global estimada em 1,7 °C acima dos níveis anteriores à industrialização.
“Podemos dizer com quase certeza que 2023 será o ano mais quente já registado. Já está atualmente 1,43ºC acima da média pré-industrial”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus.
Ela acrescentou que “o sentimento de urgência para uma ação climática ambiciosa na COP28 nunca foi tão grande”, referindo-se à cúpula sobre clima das Nações Unidas que ocorrerá em novembro, em Dubai.
+ Poluição na Índia fecha escolas e atrapalha Copa do Mundo de Críquete
A agência Copernicus descobriu que a temperatura média global entre janeiro e outubro de 2023 foi a mais alta já registrada neste período. O índice superou a média dos 10 primeiros meses de 2016, o atual recordista do ano mais quente, em 0,1ºC.
O calor recorde deixou os cientistas preocupados. Especialistas acreditam que o clima extremo está sendo causado por uma combinação de fatores, incluindo a poluição por gases do efeito de estufa, o regresso do fenômeno climático natural El Niño, uma queda na poluição por enxofre e uma erupção vulcânica em Tonga.
+ Tempestade Ciarán deixa ao menos cinco mortos na Toscana
Nesta quarta-feira, 8, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) disse que o atual El Niño deveria durar pelo menos até abril de 2024. Os efeitos do fenômeno normalmente são mais intensos no ano seguinte à sua formação, então especialistas esperam que o ano que vem seja ainda mais quente do que 2023.
Ao queimar combustíveis fósseis, como petróleo e gás, gases que retêm calor tomaram a atmosfera, o que aumentou a temperatura do planeta em 1,2 °C desde a Revolução Industrial. Com o objetivo de retardar esse processo, oito anos atrás, líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris, prometendo tentar impedir que o aquecimento do planeta ultrapassasse 1,5 ºC (em relação ao período pré-industrial) até ao final do século.
Porém, se as políticas atuais continuarem, cientistas preveem que o planeta pode aquecer em cerca de 2,4 ºC até 2100.