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China pede que Hong Kong puna autores de violência em protestos

Representação chinesa na ex-colônia britânica afirmou que manifestações comprometem estabilidade do país

Por Da Redação
29 jul 2019, 15h44
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  • A China pediu, nesta segunda-feira, 29, que o Executivo de Hong Kong puna os responsáveis pela violência nas manifestações e “restabeleça a ordem rapidamente”, após um novo fim de semana de protestos e confrontos com a polícia na ex-colônia britânica. A polícia anunciou que 49 “manifestantes radicais” foram presos por várias infrações durante as manifestações de domingo 28 e que 16 pessoas ficaram feridas. As autoridades ainda afirmaram que os manifestantes estão “cada vez mais violentos”.

    No sábado, incidentes violentos foram registrados em uma concentração em Yuen Long, uma cidade perto da fronteira chinesa. Os manifestantes protestavam contra a agressão de militantes pró-democracia em 21 de julho, atribuída a gangues violentas conhecidas como “tríades”, que deixou 45 feridos. À noite, confrontos ocorreram entre agentes da polícia de choque e manifestantes. A polícia informou 13 prisões, enquanto as autoridades da saúde relataram 24 feridos, dois deles gravemente.

    No domingo à noite, manifestantes pró-democracia entraram em confronto pelo segundo dia consecutivo com a polícia de Hong Kong, resultando nas cenas mais violentas desde que a China reassumiu a soberania da cidade em 1997, após anos de mandato britânico. Esses confrontos ocorreram perto do Gabinete de Ligação chinês, que representa a autoridade de Pequim na região semi-autônoma.

    O Gabinete de Assuntos para Hong Kong e Macau, órgão chinês encarregado das relações com a metrópole do sul do país, realizou nesta segunda, 29, sua primeira coletiva de imprensa desde 1997. Um porta-voz estimou que os protestos nos últimos meses “comprometeram seriamente” a prosperidade e estabilidade da cidade. “Nenhuma sociedade civilizada ou de Estado de direito tolera a violência desenfreada”, afirmou Yang Guang.

    Outra porta-voz, Xu Luying, acrescentou que “agora a tarefa prioritária de Hong Kong é punir os atos violentos e ilegais conforme a lei, restaurar a ordem rapidamente e manter um ambiente propício aos negócios”.

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    Histórico

    A mobilização foi iniciada no início de junho por causa da rejeição da população local a um projeto de Hong Kong — agora suspenso — para autorizar extradições para a China continental. As manifestações cresceram ao longo das semanas e se tornaram um desafio sem precedentes para Pequim desde 1997.

    A chefe de governo local, Carrie Lam, não tem dado sinais de querer reverter sua política ou adotar medidas exigidas pelos manifestantes, além da suspensão da polêmica lei de extradição.

    “Conspiração”

    A crescente preocupação de Pequim se refletiu nesta segunda-feira em um editorial do jornal oficial em língua inglesa China Daily.

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    “O que acontece em Hong Kong não é mais uma expressão de reclamações reais “, considerou o jornal, que é controlado pelo Partido Comunista e reflete a opinião do governo.

    “Tem o mesmo tom das revoluções coloridas que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África: elementos locais antigovernamentais que conspiram com forças externas para derrubar governos usando meios modernos de comunicação para espalhar rumores, desconfiança e medo”.

    A polícia acusou os manifestantes de jogar tijolos, garrafas, bombas de tinta, líquidos corrosivos e até mencionou bolas de metal com bestas. Arcos e flechas também foram recuperados do local dos confrontos, de acordo com as forças de ordem.

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    A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, e as unidades de elite intervieram para dispersar os últimos manifestantes.

    (Com AFP)

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