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China oferece até R$ 73 mil por denúncias de ‘forças estrangeiras hostis’

Pequim oferece recompensas por informações sobre suspeitos de espionagem que representam uma ameaça à segurança nacional

Por Da Redação
8 jun 2022, 11h23
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  • A China está oferecendo a seus cidadãos recompensas em dinheiro, de até 100.000 yuans (R$ 73.250), por denúncias sobre pessoas que supostamente colocam em risco a segurança nacional. A medida objetiva incentivar a população chinesa a delatar espiões estrangeiros e seus colaboradores chineses, considerados “forças hostis” ao regime de Xi Jinping.

    “A formulação das medidas ajuda a mobilizar totalmente o entusiasmo do público em geral para apoiar e ajudar no trabalho de segurança nacional e reunir amplamente os corações, o moral, a sabedoria e a força do povo”, disse o representante do Ministério da Segurança do Estado chinês ao jornal estatal Legal Daily na segunda-feira 6.

    Segundo o regulamento da campanha, as denúncias devem ser específicas sobre ações de espionagem ou pessoas envolvidas em movimentos do tipo, e podem ser feitas pessoalmente, online, por correio ou por meio da linha direta de segurança do estado.

    Para serem recompensadas, as informações precisam ser novas para as autoridades. Informantes bem-sucedidos podem receber “recompensas espirituais” em certificados ou “recompensas materiais” em dinheiro, que variam de menos de 10.000 yuans (R$ 7.270) a mais de 100.000 yuans (R$ 73.250), de acordo com o valor da denúncia para o governo chinês.

    O anúncio da nova medida ocorre quando autoridades chinesas e a mídia estatal afirmam que a China está sob grave e constante ameaça de “forças estrangeiras hostis”, que supostamente procuram se infiltrar e minar o país de todas as maneiras possíveis.

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    “A segurança nacional da China é confrontada com uma situação grave e complexa. Em particular, agências de inteligência estrangeiras e forças hostis intensificaram significativamente suas atividades de infiltração e espionagem com meios mais diversos e estão mirando em áreas mais amplas, representando uma séria ameaça à segurança nacional da China”, acrescentou uma autoridade de segurança do país.

    Durante anos, as autoridades chinesas incentivaram o público a informar sobre espiões estrangeiros e seus colaboradores chineses por meio de propaganda e campanhas de incentivo. Esses esforços ganharam força quando o presidente Xi Jinping chegou ao poder.

    Em 2015, a China aprovou uma lei de segurança nacional que incluiu a criação de uma linha direta nacional para que os cidadãos denunciem suspeitos de espionagem. A partir de 2016, o governo passou a promover o evento anual chamado Dia Nacional de Educação em Segurança, em que ocorrem atividades que ensinam a estudantes de escolas primárias e de faculdades a identificar um espião em potencial.

    “Devemos garantir que a segurança nacional seja toda para o povo e tudo pelo povo, mobilizando os esforços de todo o Partido Comunista e toda a sociedade para reunir forças poderosas para salvaguardar a segurança nacional”, declarou o líder chinês em 2016.

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    A crescente suspeita da China em relação às influências estrangeiras decorre em parte de sua crescente rivalidade geopolítica com o Ocidente. No final de maio, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden realizou uma visita à Ásia e lançou o novo Sistema Econômico do Indo-Pacífico, para fazer frente à influência da China na região.

    + Recados para a China marcaram viagem de Biden ao sul da Ásia

    Durante a viagem ao Oriente, Biden também inaugurou a coalizão denominada “Quad’, ou Diálogo de Segurança Quadrilateral, que une Estados Unidos, Índia, Austrália e Japão sob o objetivo de assegurar um “Indo-Pacífico livre e aberto”, segundo o líder estadunidense.

    Um pacto militar firmado entre a nação de Xi Jinping e as Ilhas Salomão em abril, alimentou temores do Ocidente sobre a possibilidade da China seguir o exemplo da Rússia em sua invasão à Ucrânia e comprometer a estabilidade de nações independentes na Oceania.

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    + UE defenderá Indo-Pacífico por medo da China ‘seguir exemplo da Rússia’

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