O governo da China declarou hoje que a reaproximação entre os Estados Unidos e a Rússia não atrapalhará as relações entre Moscou e Pequim e que tem “plena confiança” nesses laços bilaterais. A posição chinesa foi expressa nesta terça-feira 17, um dia depois do encontro entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, em Helsinque.
A agenda bilateral China-Rússia foi reforçada durante visita oficial de Putin ao presidente Xi Jinping, em junho. Na avaliação do Ministério das Relações Exteriores chinês, o encontro entre Putin e Trump aumentará a união da comunidade internacional e terá repercussões na paz e na segurança mundial.
“Rússia e Estados Unidos são membros importantes, com uma grande responsabilidade na influência internacional, na paz e na segurança mundial”, afirmou a porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, à imprensa.
Ontem, ao final de um encontro de cerca de quatro horas, Trump afirmou que a relação de seu país com a Rússia “mudou” e que foram dados “os primeiros passos” dentro de um “longo processo” para melhorar as relações bilaterais. Durante a entrevista à imprensa dos dois líderes, tornaram-se mais evidentes as divergências entre ambos em questões sensíveis, como a guerra da Síria e a saída de Washington do Acordo Nuclear com o Irã, de 2015.
A diplomacia chinesa, diante da imprensa internacional, fez vista grossa a essas questões, bem como às investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016. “Esperamos que isso ajude ao diálogo e à cooperação entre ambos países”, assim como “à união da comunidade internacional para enfrentar desafios comuns”, disse Hua, referendo-se ao encontro de Helsinque.
A aproximação entre o presidente americano e o líder russo, porém, não foi elogiada dentro dos Estados Unidos. Trump foi criticado, inclusive, por membros do partido republicano que eram considerados aliados importantes.
(Com EFE)