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Chile registra 5 mil casos de Covid-19 em 24 horas e supera a Itália

Ao todo, o país reportou mais de 242.000 infectados com a doença e cerca de 4.500 mortos; medidas dura contra o contágio não são respeitadas pela população

Por Da Redação
22 jun 2020, 17h35
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  • O governo do Chile anunciou, no início desta segunda-feira, 22, que mais de 5.065 casos de Covid-19 foram reportados nas 24 horas anteriores. Assim, o país chegou a contabilizar cerca de 242.000 infectados desde o início da pandemia, superando a Itáliaum dos primeiros epicentros da doença, que contabiliza 238.000 casos.

    Os dados foram revelados pelo subsecretário de Redes Assistenciais, Arturo Zúñiga, no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. Zúñiga também disse que, dentre os cerca de 242.000 casos reportados, apenas cerca de 37.000 são considerados ativos, ou seja, envolvem pessoas que continuam testando positivo para a Covid-19.

    Segundo estimativa do jornal americano The New York Times, o Chile se tornou o oitavo país com maior número de casos de Covid-19 em todo o mundo, e o terceiro na América Latina, atrás apenas do Brasil e do Peru.

    Em relação ao número total de mortes pela Covid-19, porém, o Chile chegou contabiliza cerca de 4.480, quase oito vezes menos que os 34.650 mortos contabilizados pela Defesa Civil da Itália até as 17h (12h, em Brasília).

    A situação levou ministério da Saúde a decretar quarentena nas cidades de Antofagasta, Tocopilla e Mejillones , a partir da noite desta terça-feira, 23. No total, 12 cidades, em cinco províncias diferentes, e outras 11 na Região Metropolitana de Santiago estão sob quarentena até sexta-feira, 26. A cidade de Santiago, capital chilena, segue em confinamento desde o início de maio.

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    Todo o país está sob estado de exceção desde meados de março, há toque de recolher todos os dias entre as 22h (23h em Brasília) e as 5h (6h). Por exigência do governo chileno, os habitantes de cidades em quarentena precisam solicitar permissão para realizar tarefas fora de casa, até mesmo compras de mantimentos essenciais. Em um exemplo citado no documento que determinou a medida, uma pessoa que consiga permissão para ir à farmácia ou ao supermercado poderá utilizá-la por no máximo quatro horas seguidas e não mais do que duas vezes na mesma semana.

    Apesar das medidas duras contra a doença, a população não tem respeitado as regras impostas pelo governo. Menos de 50% dos chilenos adotaram as medidas de distanciamento físico e social, reportou o portal de notícias El Mostrador no final de maio.

    Exemplo de contenção

    A forma como o governo do presidente, Sebastián Piñera, tem respondido à pandemia é motivo de controvérsias na imprensa internacional. Na semana passada, o portal de notícias americano Bloomberg publicou um artigo crítico às medidas de Piñera.

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    “Há dois meses, o Chile era admirado por sua abordagem cirúrgica da pandemia … Hoje, [o país] tem uma das taxas mais altas de infecções per capita do mundo”, publicou a Bloomberg na terça-feira 16. Segundo o Times, o Chile é o quarto país do mundo com maior número de casos por 100.000 habitantes, atrás apenas do Qatar, de San Marino e do Bahrein.

    A Bloomberg também destacou a renúncia do ex-ministro da Saúde, Jaime Mañalich, que saiu do governo em 13 de junho por conta de desavenças entre as autoridades políticas e a comunidade científica na contenção dos surtos da doença. Segundo o portal de notícias americano, o Chile errou ao “seguir” o modelo de contenção de surtos da Covid-19 realizado por países desenvolvidos sem considerar o contexto chileno de desigualdade social, a pobreza, a superlotação de bairros periféricos e a enorme força de trabalho informal.

    Em contrapartida ao portal de notícias americano, a Economist divulgou na quarta-feira 17 um ranking da performance dos países da OCDE na contenção da pandemia, no qual a resposta chilena é classificada como “boa”.

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    A Economist avaliou três critérios de “qualidade de resposta”: a quantidade de testes realizados — em média, 15.000 por dia em junho —, o índice de mortalidade e os investimentos no sistema de saúde, não incluindo os direcionados especificamente à Covid-19. Os resultados foram ponderados por três “fatores de risco”: a prevalência do fator de risco obesidade na população, a parcela de habitantes acima dos 65 anos de idade, e a quantidade de pessoas que entraram no país recentemente.

    O Chile fez 3,11 pontos, o que o classifica como “bom” na resposta à pandemia. No mesmo nível, também estão França, Portugal e Estados Unidos. O melhor país no ranking é a Nova Zelândia, com 3,67; e o pior a Bélgica, com 2,11.

    (Com EFE)

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