Chefe de drones do Hezbollah é morto em bombardeio israelense no Líbano
Ataque é mais um dos desdobramentos da escalada de tensão entre Israel e Hezbollah, que trocam tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que o chefe da forças áreas da milícia libanesa Hezbollah, Muhammad Hossein Sarur, foi morto nesta quinta-feira, 26, por mísseis israelenses em Beirute, no Líbano. A morte de Sarur, que era responsável por controlar a frota de drones e mísseis da organização radical, foi confirmada por uma autoridade de Segurança próxima ao grupo à agência de notícias AFP.
A investida no subúrbio de Dahiyeh, um dos redutos do Hezbollah, tinha como objetivo eliminar Sarur. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, duas outras pessoas morreram no bombardeio. A operação foi aprovada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto estava no avião a caminho dos Estados Unidos, onde discursará na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
As FDI alegam que Sarur estava por trás de ataques de mísseis e de drones carregados de explosivos contra o território israelense. Ele teria liderado a fabricação de drones para o Hezbollah, estabelecendo pontos no Líbano para a construção dos veículos não tripulados.
Membro da milícia desde a década de 1980, ele ocupou uma gama de cargos, como as defesas aéreas do grupo terrorista, na unidade Aziz na Força Radwan. A sua morte acontece dias após tropas israelenses também matarem o chefe de foguetes e mísseis, Ibrahim Qubaisi, e o chefe das operações militares, Ibrahim Aqil.
+ Israel rejeita proposta dos EUA para cessar-fogo no Líbano
Tensão no Líbano
O ataque é mais um dos desdobramentos da escalada de tensão entre Israel e Hezbollah, que trocam tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado. A instabilidade na região foi agravada na semana passada após uma série de pagers, principal forma de comunicação da milícia libanesa, e walkie-talkies explodirem no Líbano, em ataque atribuído ao governo israelense.
Em meio ao aumento da violência, Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, apresentada pelos Estados Unidos, França e um grupo de países, nesta quinta-feira, 26. O plano pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.
“Não haverá cessar-fogo no norte (fronteira com o Líbano)”, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz. “Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos habitantes do norte do país para suas casas”, completou, referindo-se aos cerca de 60 mil israelenses deslocados pelos bombardeios do Hezbollah.