O encontro entre representantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e a Rússia realizado nesta quarta-feira (12), em Bruxelas, não conseguiu arrefecer os ânimos na Europa.
A reunião de cúpula foi convocada para discutir a situação da Ucrânia, atualmente cercada por 100.000 soldados russos enviados à região pelo presidente Vladimir Putin.
O secretário-geral da aliança, o norueguês Jens Stoltenberg, afirmou que há “chance real de conflito na região”.
“Existem diferenças significativas entre os aliados da Otan e a Rússia”, afirmou ao fim do encontro.
“Nossas oposições não são fáceis de superar, mas é positivo que a Otan e a Rússia estejam reunidos em torno da mesma mesa e que as duas partes se engajem em tópicos importantes”, prosseguiu.
Já a negociadora americana, a diplomata Wendy Sherman, disse foi mais incisiva. Segundo Wendy o abandono das negociações pelos russos mostra que o Kremlin “nunca foram sérios nas suas intenções”.
Após o encontro, o Kremlin acusou o Ocidente de ignorar as demandas russas e afirmou que não permitirá que as negociações “se arrastem indefinidamente”.
A Rússia mantém a posição de que a expansão da Otan – de 16 membros ao final da Guerra Fria para 30 agora, incluindo um grande número de ex-estados comunistas, representa ameaça à sua segurança. E que é necessário “traçar linhas vermelhas” agora para proteção própria.
Stoltenberg afirmou ainda que somente a Otan e a Ucrânia podem decidir se o país vai passar a integrar a aliança militar no futuro. A Ucrânia é considerada candidata em potencial desde 2008.
Ainda de acordo com Stoltenberg, a Rússia “pagará um alto preço” caso decida usar a força contra a Ucrânia
O secretário-geral confirmou que a Otan pode enviar tropas adicionais para aliados do leste se a Rússia agredir novamente Ucrânia. Em 2014, o Kremlin anexou a província ucraniana da Criméia.
Stoltenberg disse que a Otan está aberta para uma nova rodada de conversas com Moscou sobre questões como controle de armas, implantação de mísseis e medidas de fortalecimento da confiança.
A Rússia, por sua vez, pediu mais tempo para voltar com uma resposta sobre os temas.