O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o secretário das Relações Exteriores britânico, David Lammy, desembarcaram em Kiev nesta quarta-feira, 11, enquanto a Ucrânia pressiona o Ocidente a autorizar o uso de armas doadas por seus aliados para atacar o território russo.
Blinken e Lammy se reunirão com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outras autoridades do país para entender os objetivos de Kiev na guerra e garantir o apoio necessário para alcançá-los.
Os diplomatas chegaram à capital ucraniana de trem pela Polônia, após o debate presidencial dos Estados Unidos entre a vice-presidente americana, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, em que a guerra na Ucrânia foi um dos temas abordados.
A viagem ocorre um dia depois de Washington anunciar novas sanções contra o Irã pelo suposto envio de mísseis balísticos à Rússia, que provavelmente serão utilizados em ataques contra o território ucraniano. No entanto, tanto Moscou quanto Teerã negam o envio dos armamentos.
Pressão ucraniana
Espera-se que Zelensky reforce o apelo para que seus aliados flexibilizem o uso de armas contra a Rússia, medida que o presidente ucraniano considera essencial para pôr fim à guerra que já dura mais de dois anos.
Na semana passada, ele já havia afirmado que Kiev precisa “ter armas de longo alcance (capazes de atingir) não apenas o território da Ucrânia ocupado pelas forças inimigas, mas também no território russo, para que a Rússia fique motivada a buscar a paz.”
“Esperamos que alcancemos um acordo para obter equipamentos de longo alcance para ataques no território do nosso inimigo”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, a Lammy. “Esperamos sua ajuda e apoio nesta questão.”
Em sua quinta visita à Ucrânia desde o início da guerra, Blinken questionou se as forças ucranianas têm o treinamento necessário para fazer o uso destas armas. “Não é apenas o sistema em si que conta. Você tem que se perguntar: os ucranianos podem usá-lo efetivamente? Às vezes, isso requer um treinamento significativo”, disse Blinken, sem confirmar se Washington daria a permissão.
Até o momento, Kiev só tem autorização dos aliados ocidentais para usar suas armas dentro do território ucraniano, ou através da fronteira com a Rússia como forma de legítima defesa, por receio de envolvimento direto na guerra e de cruzar a “linha vermelha” imposta por Moscou.
O presidente da câmara baixa do parlamento russo, Vyacheslav Volodin, já afirmou que consideraria os EUA e seus aliados como parte da guerra se permitissem que Kiev ataque a Rússia com armas de longo alcance.
Quando questionado sobre o assunto, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que seu governo está “analisando” a suspensão das restrições ao uso de armas de longo alcance pela Ucrânia.