A Justiça Federal americana determinou hoje a prisão de Paul Manafort, o chefe da campanha eleitoral de Donald Trump para a Casa Branca. Manafort é considerado uma das peças-chave do esquema russo de interferência nas eleições de 2016, em favor da candidatura do republicano. Ele aguardava em liberdade seu julgamento, em setembro, graças ao pagamento de 10 milhões de dólares em fiança.
Segundo a juíza federal Amy Berman Jackson, neste caso, há ameaça contra a administração da Justiça americana e à integridade do sistema jurídico. De acordo com a rede de televisão CNN, ela enfatizou no tribunal já não haver outras medidas a tomar, senão a prisão, depois de Manafort ter falado inadequadamente, enviado mensagens de texto e telefonado para testemunhas usando um celular italiano.
“Esta audiência não é sobre política”, afirmou Jackson.
No julgamento, Manafort responderá por lavagem de dinheiro e por falsos testemunhos. Segundo o jornal americano The New York Times, na semana passada, a equipe do procurador especial Robert Mueller, que investiga a interferência russa na campanha de Trump, abriu dois processos contra Manafort por obstrução de Justiça e pediu a revogação de sua liberdade.
Os procuradores de Mueller acusam Manaford de ter pressionado duas testemunhas a dizer em seus depoimentos que ele nunca havia feito lobby nos Estados Unidos em favor de Viktor F. Yanukovych, o ex-presidente da Ucrânia que fugiu para a Rússia depois de uma revolta popular, em 2014.
Também é acusado de ter lavado mais de 30 milhões de dólares que recebera por nove anos de lobby nos Estados Unidos por Yanukovych, seu partido político e seu sucessor.