O chavismo se consolidou ainda mais na Venezuela, ao conquistar nas eleições deste domingo 21 o poder em 20 dos 23 estados do país, além da capital Caracas. O resultado foi obtido com a participação de apenas 41,8% da população, que tem se mostrado cada vez mais descrente diante do avanço autoritário do governo de Nicolás Maduro.
A oposição ao regime também acabou pagando caro pela falta de unidade – que poderia ter resultado em vitória em, pelo menos, mais três estados – e pelo alto índice de abstenção. Se confirmados os resultados até o momento, o chavismo terá melhorado o desempenho na comparação com as eleições locais e regionais de 2017, quando venceu em 18 estados e Caracas.
Na capital, venceu a ex-ministra do Interior Carmen Meléndez, do PSUV, com 58,93% dos votos já contabilizados. Ela teve larga vantagem para o principal concorrente, Antonio Ecarri, do Alianza Lápiz, que teve 15,54%, e do anti-chavista Tomás Guanipa, da MUD.
O regime ainda conseguiu vencer nos estados de Antoátegui, Apure, Bolívar, Carabobo, Falcón, Guárico, Lara, Mérida, Monagas, Portuguesa, Sucre, Trujillo, Yaracuy, Amazonas, Delta Amacuro e La Guaira. No estado natal de Hugo Chávez, Barinas, a apuração ainda está em aberto, com o irmão do ex-presidente, Argenis Chávez liderando.
A oposição venceu em Cojedes, um tradicional bastião chavista, com Jose Alberto Galíndez, da MUD, e também em Nueva Esparta, com Rodríguez Ávil, do emergente partido Força Vizinha. Em Zulia, o estado mais populoso da Venezuela, aconteceu a derrota mais impactante do regime, com o êxito do experiente Manuel Rosales, da MUD.
Estas foram as primeiras eleições em 15 anos a contar com uma missão de observação da União Europeia (UE) para corroborar os resultados. Outras organizações também participaram como observadoras, entre elas as Nações Unidas e o Carter Center, órgão especializado em processos eleitorais. As entidades ainda não se manifestaram sobre o processo.
Apesar disso, o dia de votação ocorreu com o registro de diversos incidentes, que foram minimizados pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Pedro Calzadilla. Na cidade de San Francisco, em Zulia, um homem foi assassinado na fila para ir à urna, segundo uma testemunha. As autoridades locais, no entanto, garantiram que o crime não está relacionado com as eleições. Ao divulgar os resultados, por volta de 1h (de Brasília), o dirigente do órgão eleitoral não fez qualquer menção ao caso.
As eleições regionais e municipais de 21 de novembro também foram as primeiras em quatro anos que contaram com ampla participação da oposição, que não reconhecia Nicolás Maduro como presidente desde 2018 e boicotou as eleições passadas por suposta falta de garantias.
Após a divulgação dos primeiros resultados, Maduro fez um apelo para que sejam estes sejam reconhecidos e comemorou a vitória do chavismo. “Meu chamado a todos, vencedores ou não vencedores, é de respeitar os resultados, é pelo diálogo político, pela reunificação nacional”, afirmou o líder do regime, em discurso feito no palácio presidencial de Miraflores.
(Com EFE)