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Chanceler da Argentina se refere a Eduardo Bolsonaro como ‘ignorante’

Santiago Cafiero citou mensagens nas redes sociais do político brasileiro sobre situação judicial de vice-presidente Cristina Kirchner

Por Da Redação 26 ago 2022, 12h14
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  • Em resposta às declarações do deputado Eduardo Bolsonaro sobre as acusações judiciais contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o ministro das Relações Exteriores argentino, Santiago Cafiero, se referiu ao político brasileiro como “ignorante” nesta sexta-feira, 26.

    Na quinta-feira, Eduardo Bolsonaro citou uma publicação do senador americano Ted Cruz nas redes sociais sobre sanções dos Estados Unidos contra Kirchner “por casos de corrupção”, dizendo apoiar a medida.

    “Um mais ignorante que o outro. Mas há algo deixam claro: a perseguição judicial a @CFKArgentina está impulsionada por interesses ideológicos que nascem fora da Argentina. Cuidemos nossa democracia. Todas e todos com Cristina”, escreveu Cafiero, junto a fotos das mensagens de Eduardo Bolsonaro e Ted Cruz.

    + ‘Querem fazer com Kirchner o que fizeram com Lula’, diz governadora

    Na postagem citada por Cafiero, Cruz diz que “a evidência de que Cristina Kirchner é uma cleptocrata agora é pública e avassaladora, e sua corrupção por décadas minou a segurança nacional americana. O Congresso determinou sanções por seu comportamento. A administração Biden deve aplicá-las”.

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    Na segunda-feira, 22, o procurador Diego Luciani pediu a prisão da política durante o julgamento iniciado em 2019, e que agora entrou em sua fase final. Luciani afirmou se tratar do “maior esquema de corrupção já conhecido no país” e solicitou uma pena de 12 anos de prisão para Kirchner.

    Ela é acusada de ter desviado 46 bilhões de pesos em 51 projetos de infraestrutura na província de Santa Cruz por meio de concessões públicas ao empresário Lázaro Báez, proprietário da construtora Austral Construcciones. Além da ex-presidente e de Báez, entre outros, o ex-ministro das Obras Públicas Julio De Vido também se senta no banco dos réus. 

    Como argumentos da suposta fraude, o Ministério Público afirmou que o patrimônio de Báez cresceu 12.000% entre 2004 e 2015 e de sua empresa cresceu 46.000%. Durante as três presidências dos Kirchner, duas de Cristina e uma de Néstor, Báz teve como cliente o Estado e fechou cerca de vinte acordos comerciais particulares com a família Kirchner.

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    Durante os nove dias de leitura de acusações, Kirchner tentou tirar Luciani do caso, assim como um dos três juízes do tribunal, Rodríguez Giménez Uriburu, citando uma foto divulgada na imprensa que mostra os dois como participantes costumeiros de campeonatos de futebol que o ex-presidente Mauricio Macri, seu rival político, organiza em sua casa de veraneio.

    A sentença será apresentada nos próximos meses, de acordo com a mídia local, embora Cristina ainda possa apelar em instâncias superiores, o que faria com que um veredicto final demorasse possivelmente anos. Mesmo se condenada à prisão, no pior dos casos, ela pegaria prisão domiciliar por sua idade.

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