Em rápida escala no Reino Unido, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi recebido nesta segunda-feira, 10, pelo rei Charles III para discutir questões relacionadas à mudança climática. Às vésperas da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Lituânia, o encontro com o monarca foi precedido por uma bilateral entre o democrata e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que tratou da guerra na Ucrânia.
Apesar de ter enviado a primeira-dama no seu lugar para a coroação de Charles, em maio, o líder americano chamou de “sólida como uma rocha” a amizade entre as nações. Acredita-se que a parada no Palácio de Windsor, onde Charles e Biden tomaram um tradicional chá britânico, teve como base a seriedade do monarca quando o assunto é a emergência climática.
O encontro também foi marcado por uma ação considerada uma quebra de protocolo. Durante certo momento, Biden foi visto tocando as costas do monarca, embora uma fonte ouvida pela rede americana CNN tenha afirmado que o gesto, na verdade, representou um “símbolo maravilhoso de calor e afeto”, e não teria incomodado o britânico.
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Durante o encontro desta segunda-feira, Biden defendeu que a crise climática representa uma “ameaça existencial à existência humana como a conhecemos”. Conhecido por sua tendência ambientalista ainda enquanto príncipe, o rei Charles propôs a iniciativa de mercados sustentáveis em 2020 em Davos, durante reunião com CEOs de diferentes partes do globo para fomentar o financiamento climático.
Acompanharam a reunião o enviado especial dos EUA para assuntos climáticos, John Kerry, e o secretário de Energia britânico, Grant Shapps. A repórteres após o encontro, Kerry disse que foi um “tempo bem gasto”, mas não comentou sobre os aspectos políticos da visita.
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Já no clima da reunião da Otan, Biden tratou também de pautas que serão tratadas na cúpula, realizada entre os dias 11 e 12, com Sunak, em Downing Street. Rumores indicam que o premiê britânico busca traçar caminhos para a adesão ucraniana na aliança militar ocidental. Em contrapartida, o democrata segue a lógica interna de que Kiev não se caracterizará como um candidato viável enquanto a guerra estiver em curso.
A conversa entre as lideranças tratou também das “garantias de segurança”, uma aliança informal com os países membros do bloco, como forma de proteger a Ucrânia provisoriamente, enquanto a entrada no bloco não seja oficialmente confirmada.
Ao lado da Alemanha, os Estados Unidos receiam que qualquer movimento pró-adesão pode levar a Otan para o centro do conflito com a Rússia. Sunak e Biden discordam, ainda, da decisão americana de enviar munições cluster, proibidas em mais e 100 países, para as tropas ucranianas. Os dispositivos espalham pequenas bombas por amplas áreas, matando indiscriminadamente. O Reino Unido desencoraja o uso.