A Casa Branca comunicou nesta sexta-feira, 5, que a Rússia recentemente usou mísseis balísticos de curto alcance (SRBMs) provenientes da Coreia do Norte para realizar vários ataques contra a Ucrânia. O porta-voz de segurança nacional americano, John Kirby, disse que os Estados Unidos discutirão o novo fator do conflito com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Nossas informações indicam que a República Popular Democrática da Coreia forneceu recentemente à Rússia lançadores de mísseis balísticos e vários mísseis balísticos”, disse Kirby, usando o nome oficial da Coreia do Norte.
Os incidentes
Em 30 de dezembro, segundo a autoridade de segurança, “as forças russas lançaram pelo menos um destes mísseis balísticos norte-coreanos contra a Ucrânia”, acrescentando que o equipamento parecia ter aterrissado em campo aberto. Depois, na última terça-feira 2, a Rússia disparou “múltiplos” mísseis norte-coreanos como parte de uma onda mais ampla de ataques aéreos pesados.
Embora a Casa Branca não tenha dito especificamente que tipo de mísseis Pyongyang enviou à Rússia, Kirby afirmou que eles tinham um alcance de cerca de 900 km e divulgou um gráfico que parecia mostrar mísseis KN-23 e KN-24.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos avaliou que tanto os russos quanto os norte-coreanos terão aprendizados com os lançamentos dos mísseis, e fez a previsão de que o Kremlin usará mais equipamentos de Pyongyang para atingir a Ucrânia.
Escalada ‘preocupante’ da guerra
Segundo Kirby, a transferência de armas norte-coreanas para o Kremlin é uma “escalada significativa e preocupante” do conflito no Leste Europeu e informou que os Estados Unidos passarão a impor sanções adicionais contra atores que facilitam essas vendas.
O uso dos mísseis foi condenado pelo Reino Unido, bem como pela Coreia do Sul, que havia alertado em novembro que a Coreia do Norte poderia ter fornecido SRBMs a Moscou como parte de um acordo de armas mais amplo que também incluía mísseis antitanque e antiaéreos, artilharia, morteiros e rifles.
Tanto Moscou quanto Pyongyang negaram a existência ou negociação de quaisquer acordos armamentistas, embora tenham prometido, no ano passado, aprofundar suas relações militares.
A acusação ocorre em meio a uma intensificação da guerra, depois da Rússia ter lançado alguns dos seus ataques mais intensos à Ucrânia desde o início do conflito, há quase dois anos. Kiev afirmou na terça-feira que os russos lançaram mais de 300 drones de ataque e mísseis de vários tipos contra cidades de todo o país desde a virada do ano.